Do NE10

Dia que era para ser um dos mais gratificantes da vida da jornalista Juliana Holanda se tornou um episódio de violência sexualFoto: acervo pessoal
O dia, que era para ser um dos mais gratificantes de sua vida pela ida à Inglaterra para uma experiência profissional, se tornou um episódio de violência sexual. Não bastando o ato libidinoso do passageiro, houve também a alegação de negligência por parte da companhia aérea africana Ethiopian Airlines, responsável pela escala em Adis Abeba.
"Pedi para falar com a pessoa responsável pelo voo e não chamaram. Comecei a chorar de susto, raiva, vergonha, impotência, tudo misturado", disse a jornalista, num desabafo em seu perfil do Facebook.
Quando ela conseguiu falar com a coordenadora do voo, esta pediu uma prova de que o ato realmente tivesse acontecido. "Ela me disse que não poderia fazer nada já que não tinha testemunhas porque todos dormiam e as luzes estavam apagadas. Eu não tinha marcas de agressão e nem tinha sido estuprada, portanto, para eles não significava nada."
Uma semana depois, Juliana escreveu para a empresa relatando o ocorrido e não teve resposta. Em 25 de julho, depois de voltar de uma cidade do interior de Londres, a pernambucana deu queixa na polícia de Londres.
"Comecei a chorar de susto, raiva, vergonha, impotência, tudo misturado"
O acusado foi preso em Londres, seu local de residência, nessa segunda-feira (12). Ele alegou que não tinha feito nada, já que passou o voo dormindo; logo depois foi solto.
A companhia aérea, pressionada pela polícia londrina, respondeu aos e-mails de Juliana responsabilizando-a pela ausência deles no caso. "Eles me mandaram um e-mail dizendo que eu que não quis que eles fossem prestar queixa comigo, que eles me chamaram para ir e eu não quis, mas a todo momento me falaram que não poderiam fazer nada já que eu não fui estuprada".
Um advogado viu a repercussão do caso na internet e tomou a frente para processar a companhia aérea.
"E se tivesse acontecido algo pior comigo? Se alguém tivesse entrando no banheiro e ele fizesse algo, ou até uma criança sofresse abuso desse tipo? A companhia não me deu apoio quando precisei e outras pessoas podem ter problemas como esses nos voos. Eu estou entrando com a ação para que isso não se repita com mais ninguém", finaliza Juliana.
Em resposta ao portal de notícias UOL, parceiro do NE10, o escritório brasileiro da Ethiopian Airlines lamentou o ocorrido. "Infelizmente, não temos como controlar as atitudes dos passageiros a bordo. Porém, já acionamos a matriz em Addis, uma vez que o voo não envolveu o Brasil, a fim de entender exatamente o que aconteceu", diz a empresa em um comunicado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.