Vitória fora de casa mantém Santa Cruz na cola do G4

Foto: Pakito Varginha/Futura Press

A posição do Santa Cruz na classificação não mudou – ainda é o sétimo – mas a vitória sobre o Boa por 3×1, na noite desta terça (15), em Varginha (MG), manteve a perseguição ao G4 com os mesmos quatro pontos da rodada anterior: os corais têm 41 contra 45 do Bahia, quarto colocado. Isso, obviamente, sem contar a injeção psicológica, já que foi a segunda vitória fora de casa e ainda por cima sem seus dois principais artilheiros: Anderson Aquino e Grafite. O terceiro aspecto positivo é a perspectiva de um bom público na Arenna Pernambuco no próximo sábado (19), diante do Ceará.

A escalação com um volante de origem e três meias – João Paulo, Daniel COsta e Raniel – já mostravam que o Santa viveria perigosamente, para o bem e para o mal. E quando a bola começou a rolar foi exatamente isso. O time tinha muita qualidade com a bola em seus pés e pouca combatividade com ela nos pés do adversário. O Boa ganhava a segunda bola, rondava a área tricolor, mas quando acertou a primeira trilogia de passes, o time pernambucano foi letal. Daniel Costa para Luisinho. Como um antigo ponta direita ele cruzou rasteiro para Bruno Moraes entrar de carrinho e completar para as redes. 13 minutos de partida.

Daí em diante o Santa pagou o preço do gol. O Boa girava a bola no meio de campo com certa tranquilidade e encontrava muito espaço pelos lados, principalmente o direito. Quando a zaga coral afastava, a segunda bola fatalmente caía nos pés mineiros. Foi numa jogada assim que Chapinha acertou a trave direita um minuto antes dos corais abrirem o placar.

O mau posicionamento defensivo dos tricolores chegou ao cúmulo de Wilson Júnior pegar um segundo rebote, chutar e o bloqueio ser feito por seu próprio companheiro Felipe Farias. Felipe, inclusive, estava impedido. O mesmo Felipe teria uma chance de ouro num cruzamento de Chapinha. Tiago Cardoso fez milagre. Isso aos 25. Oito minutos depois, novo cruzamento da direita e adivinha quem estava lá para cabecear? Ele mesmo, Felipe Alves. Sozinho, mandou raspando a trave. O Boa foi tão perdulário que o Santa Cruz foi lá e deu um tremendo susto aos 45. Luisinho foi lançado no lado direito da área e errou o chute. Mas o goleiro Douglas foi com tanta sede ao pote que atropelou o atacante tricolor. Claro que foi pênalti. Mas Luisinho devolveu o favor ao acertar a trave direita. No rebote, Bruno Moraes tentou mas Douglas mandou a escanteio.

Se não deu como finalizador, o espírito de garçom de Luisinho continuou aceso no início do segundo. Logo aos oito minutos ele cruzou na medida para Bruno Moraes chutar do jeito que a bola veio. Foi forte, no canto alto e Douglas não teve tempo de chegar: 2×0. Esse gol desmontou qualquer possibilidade de reação do time mineiro. Zonzo como um pugilista que toma um soco no queixo mas não cai, a equipe de Varginha apenas esperou o golpe fatal.

Ele veio quatro minutos depois com o onipresente Luisinho. De novo pelo lado direito ele serviu Daniel Costa, que chutou por baixo e ampliou para 3×0. A vantagem elástica com menos de 12 minutos não deveu-se apenas pela fragilidade do Boa, mas também pelo Santa adotar a estratégia correta em explorá-la. Adiantou mais o meio de campo e tomou a posse da bola. Como tinha mais qualidade os gols saíram naturalmente.

O Boa ia ataque mais no piloto automático do que com qualquer senso de organização. Ainda assim conseguiu o gol de honra aos 24, o que não deixou de ser um prêmio para seu jogador que mais insistiu. Ele mesmo, Felipe Alves. Recebeu de Chapinha e ainda passou por Tiago Cardoso antes de empurrar para o gol vazio. Não chegou a assustar o Santa. Luisinho continuou a ser acionado, a levar perigo e a não ser anulado pelo adversário.

Ficha do jogo:

Boa Esporte/MG: Douglas; Wendel, Raphal Silva, Gabriel Dias e Pirão (Erick Luis); Leonardo, Alê (Jonatas Paulista), Clébson e Chapinha; Felipe Alves e Wilson Júnior (Bruno Felipe). Técnico: Nedo Xavier.

Santa Cruz: Tiago Cardoso; Vitor, Danny Morais, Neris (Diego Sacoman) e Allan Vieira; Wellington Cézar, João Paulo, Daniel Costa (Bruninho) e Raniel (Diogo Campos); Bruno Moraes e Luisinho. Técnico: Marcelo Martelotte.

Local: Estádio do Melão (Varginha). Árbitro: José Cláudio Rocha Filho (SP). Assistentes: Edson Glicerio dos Santos (ES) e Ciro Junqueira (DF). Gols: Bruno Moraes, aos 13 do primeiro tempo. Bruno Moraes, aos oito; Daniel Costa, aos 12; e Felipe Alves, aos 24 do segundo. Cartões amarelos: Alê, Douglas e Luisinho.