Thiago VieiraDo NE10
Principal objetivo do projeto é tirar crianças da vulnerabilidade social e passar bons valoresFoto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem
"A Honra, para os escoteiros, é ser digno de confiança. Sempre alerta!". Esse é um dos artigos da lei escoteira, escritos por Baden Powell, fundador do movimento em 1907, na Inglaterra. Muito popular em outros países, a organização realiza atividades que vão muito além de acender fogueiras e assar marshmallows, como retratado na maioria dos populares filmes americanos. Os escoteiros são ensinados desde cedo a partir de três princípios básicos: Dever para com Deus, Dever para com o próximo e Dever para consigo mesmo.
A organização é uma das maiores do mundo, com 28 milhões de membros cadastrados em 216 países. Em Pernambuco, existem atualmente 26 grupos de escotismo, sendo 8 deles no Recife. A partir deste sábado (20), o Corpo de Bombeiros estará dando suporte para que o 96º Grupo Escoteiro - Paulo Freire, vinculado à União de Escoteiros do Brasil (UEB), trabalhe com crianças e adolescentes os valores da organização. Segundo um dos idealizadores do projeto, o assessor de comunicação dos Bombeiros Major Edson Marconni, a ideia é utilizar o escotismo para tirar crianças que vivem em áreas consideradas de vulnerabilidade social.
O tradicional lenço dos escoteiros traz o símbolo da equipeFoto: Thiago Vieira/NE10
"O escotismo é educação. Nosso principal objetivo é ocupar essas crianças com atividades que as transformem em adultos de bem, longe da criminalidade", disse o major. "Aqui eles receberão conhecimento útil e aprenderão lições de trabalho em equipe, liderança, patriotismo, preocupação com o próximo e com a natureza".
Os grupos são montados com crianças a partir de 6,5 anos até pessoas com 21 anos, sendo divididos em 4 ramos: Lobinho (6,5 aos 10), Escoteiro (11 aos 14), Sênior (15 aos 17) e Pioneiro (18 aos 21). Cada um tem um tipo de abordagem relacionado com a idade, sempre acompanhados por adultos responsáveis. No novo grupo que será iniciado, os professores serão Dvison Pereira e César Lima.
O primeiro, teve início na vida como escoteiro desde a fase Lobinho, passando por Escoteiro e chegando a Sênior e destaca a importância na sua vida. "Ser escoteiro foi essencial no desenvolvimento do meu caráter. Aqui nós temos pessoas que passam vários ensinamentos para que as crianças possam buscar o que mais lhe interessam e, com certeza, faremos adultos mais responsáveis", afirma.
César Lima entrou no escotismo por outro caminho. Iniciou na organização já adulto, matriculando a filha e o sobrinnho há seis anos. Hoje, com 42, fez cursos para se aprofundar nos ensinamentos e é um exemplo da importância da proximidade da família no trabalho.
"Quem quiser ajudar com algum tipo de ensinamento será sempre bem-vindo. Queremos formar cidadãos de bem, independente se vão querer ser médicos, empresários, engenheiros ou qualquer outra profissão no futuro" disse César.
O escotismo trabalha sempre reconhecendo o esforço de cada um. Para cada habilidade, são colocados distintivos na manga do fardamento, segundo o padrão Nacional. Esses distintivos possuem cores diferentes e os níveis 1, 2 e 3, que ajudam a incentivar os escoteiros a alcançarem novos objetivos, sempre através do grupo.
Quem tiver o interesse em entrar na organização pode se inscrever gratuitamente no Centro de Comunicação Social do quartel Comando Geral do CBMPE, na Av. João de Barros, na Boa Vista, ou através do número (81) 3182-9176. Assim, poderá participar dos encontros que acontecem todos os sábados, das 8h às 12h, no Campus de Ensino Metropolitano (Cemet), na BR-232, em frente ao Atacado dos Presentes. Caso se identifique com a filosofia e as práticas, pode se registrar na UEB pagando uma taxa de R$ 60. Assim, serão acobertados por um seguro que ampara várias necessidades. Aqueles que comprovarem baixa renda estarão isentos.
Embora cercado de pessoas que acreditem no projeto, ainda é preciso apoio. Os organizadores pedem para que empresários que se sensibilizem pela causa e que confiem no trabalho ajudem com doações, mas enfatizam que não querem dinheiro.
Dvison (esq) e César (dir) serão os responsáveis pelo grupoFoto: Camilla Medeiros/Divulgação
"Nós não queremos dinheiro na nossa mão, queremos que quem puder ajude com materiais, como cordas, barracas, lanche. Isso já nos deixaria muito feliz", fala o major Marconni.
A equipe reforça que o objetivo principal é tirar crianças da vulnerabilidade social, ocupando-as com atividades úteis e apoiando para a formação de um adulto que siga os valores pregados pela organização, desde o bem ao próximo ao respeito à natureza.

Principal objetivo do projeto é tirar crianças da vulnerabilidade social e passar bons valoresFoto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem

O tradicional lenço dos escoteiros traz o símbolo da equipeFoto: Thiago Vieira/NE10

Dvison (esq) e César (dir) serão os responsáveis pelo grupoFoto: Camilla Medeiros/Divulgação
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