
No afunilamento do processo eleitoral, as pesquisas de intenção de voto revelam mais do que uma fotografia do momento. Na maioria das vezes, apontam a tendência do eleitor. A pesquisa do Datafolha, divulgada ontem pela TV-Globo, pode indicar essa direção. O prefeito Geraldo Júlio (PSB) largou em segundo lugar, subiu oito pontos percentuais em uma semana e ultrapassou, numericamente, o petista João Paulo, que também cresceu dois pontos, mantendo-se num empate técnico com o socialista.
O levantamento configura a tendência de crescimento de Geraldo como também o sumiço da candidata do DEM, Priscila Krause, assim como a estagnação do tucano Daniel Coelho na casa dos 10 a 11 pontos percentuais. A pesquisa foi excelente para Geraldo, mas péssima para Priscila, que murchou, saindo de 8% para 2%. Se a curva de Daniel for decrescente nas próximas pesquisas está caracterizada a polarização irreversível entre Geraldo e João, conforme se previa.
Como Priscila sumiu, o cenário de segundo turno vai depender agora – e mais do que nunca – do comportamento de Daniel, porque os demais candidatos – Edilson Silva, do Psol e Carlos Augusto, do PV, praticamente não pontuam. O tucano, portanto, pode fazer o diferencial, ser a peça importante no jogo, para não ser decidido logo no primeiro turno. A disputa entre Geraldo e João Paulo, minguando Daniel, ficaria antecipada do segundo para o primeiro turno. Este cenário só ficará mais claro, entretanto, nas próximas pesquisas.
Como teremos pesquisas todas as semanas, seja do Ibope ou Datafolha, através da Rede Globo, a configuração da eleição em um ou dois turnos será desenhada nos próximos dez dias, no mais tardar em 15 dias. O que fica patente, também, é que a disputa no Recife está sendo de gestão, uma medição de forças entre o modelo petista, de João Paulo, e o socialista, de Geraldo Júlio.
A pesquisa Datafolha revela, claramente, este ingrediente. Como Daniel nunca governou a cidade e repete o discurso da primeira campanha que disputou, o que, convenhamos, é ultrapassado e caduco, sem o componente e o charme do novo, está distante de alcançar o patamar da despolarização. Sendo assim, tende a ser arrastado para a jaula dos leões, como Priscila já foi.
MIGRAÇÃO NATURAL– Ao abrir dez pontos percentuais de frente no segundo turno ante João Paulo, o prefeito Geraldo Júlio confirma na prática o que se presume teoricamente: tem mais capacidade de aglutinar do que o petista. Fica claro, igualmente, que o eleitor de Daniel Coelho, estando o tucano fora da disputa no segundo turno, tem a migrar, majoritariamente, para Geraldo, independente da posição que o candidato do PSDB venha a tomar na etapa seguinte e decisiva da eleição. Eleitor que vota na legenda tucana não vota em PT.
A culpa é do Ministério–
O secretário estadual de Saúde, Iran Costa, disse que o Estado está de mãos atadas para socorrer a Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), que mantém um centro de oncologia para atender crianças portadoras de câncer. O congelamento do teto do SUS, que afetou os serviços de atendimento da instituição, segundo ele, é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Costa informou que o congelamento já dura 12 anos e será objeto de uma discussão na próxima segunda-feira em São Paulo, em encontro nacional dos secretários estaduais de Saúde.

Escândalos murcham o PT– Em São Paulo, as pesquisas vão apontando que o PT também será sacrificado pela população. A disputa está polarizada entre Celso Russomano (PRB) e Marta Suplicy (PMDB), que aparecem empatados, com 26% e 21%, respectivamente. Candidato a reeleição, o petista Fernando Haddad, que é o pior prefeito de capital, segundo o Instituto Datafolha, aparece com apenas 9%, empatado, tecnicamente, com a ex-prefeita Luiza Erundina, do Psol. No Rio, o PT nem candidato tem. Quem lidera é o bispo Marcelo Crivella, do PRB, com 29%.
Maior abandonado– O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi alertado que perdeu o apoio majoritário da bancada do PSD. Com isso, cerca de três dezenas de deputados do PSD devem votar pela cassação de Cunha na segunda-feira. A notícia foi um duro golpe para o ex-presidente da Câmara que esperava uma ausência significativa dos deputados que integram os partidos do centrão: PSD, PP, PTB, PR e PRB. Segundo aliados, Cunha não esperava a debandada do PSD já que apoiou a candidatura derrotada do deputado Rogério Rosso, líder da bancada, para o comando da Câmara.
Anderson desfalcado–
O candidato do PR a prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, passou pelo primeiro vexame na sua campanha: teve que trocar as pressas o seu vice, José Carlos Campos. Só ele não sabia que o aliado havia se filiado ao DEM após o prazo determinado por lei. Em seu lugar, foi escolhido o vereador Ricardo Valois, que passou bom tempo filiado ao Partido dos Trabalhadores, saiu em função dos escândalos envolvendo a legenda para o PR, fechando assim uma chapa puro sangue com Ferreira.

CURTAS
NA DISPUTA– Como no Recife, em Porto Alegre o PT ainda está no jogo. O candidato Raul Pont aparece em segundo lugar, com 19%, num empate técnico com Sebastião Melo, do PMDB, que aparece com 22%. Luciana Genro, do Psol, vem logo em seguida, com 19%, estando numa posição também confortável.
FORA DO JOGO– Em Belo Horizonte, terceiro maior colégio eleitoral do País, o PT também está fora da disputa. Ali quem lidera é o tucano João Leite, com 30%, seguido de Alexandre Kalil, do PHS, com 19%. O petista Reginaldo Lopes aparece no rabo da gata, com apenas 4% das intenções de voto.
Perguntar não ofende: Quem do PT vai se salvar do julgamento das urnas municipais?
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