sábado, 10 de setembro de 2016

Recife pode ter um só turno


No afunilamento do processo eleitoral, as pesquisas de intenção de voto revelam mais do que uma fotografia do momento. Na maioria das vezes, apontam a tendência do eleitor. A pesquisa do Datafolha, divulgada ontem pela TV-Globo, pode indicar essa direção. O prefeito Geraldo Júlio (PSB) largou em segundo lugar, subiu oito pontos percentuais em uma semana e ultrapassou, numericamente, o petista João Paulo, que também cresceu dois pontos, mantendo-se num empate técnico com o socialista.
O levantamento configura a tendência de crescimento de Geraldo como também o sumiço da candidata do DEM, Priscila Krause, assim como a estagnação do tucano Daniel Coelho na casa dos 10 a 11 pontos percentuais. A pesquisa foi excelente para Geraldo, mas péssima para Priscila, que murchou, saindo de 8% para 2%. Se a curva de Daniel for decrescente nas próximas pesquisas está caracterizada a polarização irreversível entre Geraldo e João, conforme se previa.
Como Priscila sumiu, o cenário de segundo turno vai depender agora – e mais do que nunca – do comportamento de Daniel, porque os demais candidatos – Edilson Silva, do Psol e Carlos Augusto, do PV, praticamente não pontuam. O tucano, portanto, pode fazer o diferencial, ser a peça importante no jogo, para não ser decidido logo no primeiro turno. A disputa entre Geraldo e João Paulo, minguando Daniel, ficaria antecipada do segundo para o primeiro turno. Este cenário só ficará mais claro, entretanto, nas próximas pesquisas.
Como teremos pesquisas todas as semanas, seja do Ibope ou Datafolha, através da Rede Globo, a configuração da eleição em um ou dois turnos será desenhada nos próximos dez dias, no mais tardar em 15 dias. O que fica patente, também, é que a disputa no Recife está sendo de gestão, uma medição de forças entre o modelo petista, de João Paulo, e o socialista, de Geraldo Júlio.
A pesquisa Datafolha revela, claramente, este ingrediente. Como Daniel nunca governou a cidade e repete o discurso da primeira campanha que disputou, o que, convenhamos, é ultrapassado e caduco, sem o componente e o charme do novo, está distante de alcançar o patamar da despolarização. Sendo assim, tende a ser arrastado para a jaula dos leões, como Priscila já foi.
MIGRAÇÃO NATURAL– Ao abrir dez pontos percentuais de frente no segundo turno ante João Paulo, o prefeito Geraldo Júlio confirma na prática o que se presume teoricamente: tem mais capacidade de aglutinar do que o petista. Fica claro, igualmente, que o eleitor de Daniel Coelho, estando o tucano fora da disputa no segundo turno, tem a migrar, majoritariamente, para Geraldo, independente da posição que o candidato do PSDB venha a tomar na etapa seguinte e decisiva da eleição. Eleitor que vota na legenda tucana não vota em PT.
A culpa é do Ministério– O secretário estadual de Saúde, Iran Costa, disse que o Estado está de mãos atadas para socorrer a Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), que mantém um centro de oncologia para atender crianças portadoras de câncer. O congelamento do teto do SUS, que afetou os serviços de atendimento da instituição, segundo ele, é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Costa informou que o congelamento já dura 12 anos e será objeto de uma discussão na próxima segunda-feira em São Paulo, em encontro nacional dos secretários estaduais de Saúde.
Escândalos murcham o PT– Em São Paulo, as pesquisas vão apontando que o PT também será sacrificado pela população. A disputa está polarizada entre Celso Russomano (PRB) e Marta Suplicy (PMDB), que aparecem empatados, com 26% e 21%, respectivamente. Candidato a reeleição, o petista Fernando Haddad, que é o pior prefeito de capital, segundo o Instituto Datafolha, aparece com apenas 9%, empatado, tecnicamente, com a ex-prefeita Luiza Erundina, do Psol. No Rio, o PT nem candidato tem. Quem lidera é o bispo Marcelo Crivella, do PRB, com 29%.
Maior abandonado– O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi alertado que perdeu o apoio majoritário da bancada do PSD. Com isso, cerca de três dezenas de deputados do PSD devem votar pela cassação de Cunha na segunda-feira. A notícia foi um duro golpe para o ex-presidente da Câmara que esperava uma ausência significativa dos deputados que integram os partidos do centrão: PSD, PP, PTB, PR e PRB. Segundo aliados, Cunha não esperava a debandada do PSD já que apoiou a candidatura derrotada do deputado Rogério Rosso, líder da bancada, para o comando da Câmara.
Anderson desfalcado O candidato do PR a prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira, passou pelo primeiro vexame na sua campanha: teve  que trocar as pressas o seu vice, José Carlos Campos. Só ele não sabia que o aliado havia se filiado ao DEM após o prazo determinado por lei. Em seu lugar, foi escolhido o vereador Ricardo Valois, que passou bom tempo filiado ao Partido dos Trabalhadores, saiu em função dos escândalos envolvendo a legenda para o PR, fechando assim uma chapa puro sangue com Ferreira.
CURTAS
NA DISPUTA– Como no Recife, em Porto Alegre o PT ainda está no jogo. O candidato Raul Pont aparece em segundo lugar, com 19%, num empate técnico com Sebastião Melo, do PMDB, que aparece com 22%. Luciana Genro, do Psol, vem logo em seguida, com 19%, estando numa posição também confortável.
FORA DO JOGO– Em Belo Horizonte, terceiro maior colégio eleitoral do País, o PT também está fora da disputa. Ali quem lidera é o tucano João Leite, com 30%, seguido de Alexandre Kalil, do PHS, com 19%. O petista Reginaldo Lopes aparece no rabo da gata, com apenas 4% das intenções de voto.
Perguntar não ofende: Quem do PT vai se salvar do julgamento das urnas municipais?

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