sábado, 1 de outubro de 2016

Coluna do sabadão

Perdeu-se a luz
No auge da sua popularidade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sacou da cartola nova modalidade de político, o poste. É aquele que nunca disputou uma eleição, mas foi bancado por capricho ou vaidade de quem o inventou. O maior triunfo aconteceu com a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010. Dilma, que nunca havia concorrido nem a grêmio estudantil, derrubou o atual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB). Por capricho do destino, ela se tornou, em período de 25 anos, o segundo presidente a sofrer processo de impeachment.
Inebriado pelo sucesso de Dilma, Lula saiu acendendo vários postes nos estados e nos municípios. Nas cidades, ele conseguiu eleger Fernando Haddad (PT) prefeito de São Paulo, em 2012. Naquele ano, o partido venceu ainda em Rio Branco, Goiânia, João Pessoa e São Paulo, a maior do país. Na eleição de 2014, para governadores dos estados e do Distrito Federal, Lula se empenhou para eleger o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) governador de São Paulo. Perdeu.
No Rio de Janeiro, o senador Lindbergh Farias (PT) nem passou para o segundo turno. Em Pernambuco, estado onde nasceu o ex-presidente, Lula se envolveu na campanha de Armando Monteiro para o governo. Venceu o poste do ex-governador Eduardo Campos, o ex-secretário Paulo Câmara (PSB). No Paraná, Lula foi o fiador da campanha da ex-ministra Gleisi Hoffman. Nova derrota. No Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) caiu no primeiro turno.
A força de Lula só prevaleceu com Fernando Pimentel (PT), eleito em primeiro turno governador de Minas Gerais, reduto eleitoral de Aécio Neves (PSDB), e com Rui Costa (PT), na Bahia. Na eleição deste domingo, confirmadas as pesquisas, os candidatos de Lula em Fortaleza, Recife, Natal, Porto Velho e Porto Alegre saíram derrotados das urnas. Rio Branco será a única capital onde o PT pode ganhar, mas a fatura não pode ser colocada na conta de Lula. Ele sequer pisou na capital do Acre. Lula perdeu o brilho e seus postes estão apagados.
Forças eleitorais - A eleição municipal que será realizada neste domingo (2) em todo território brasileiro, exceto no Distrito Federal, tende elevar o PSDB à condição de preferido da população. Em número de habitantes, o partido governará a maior parcela do eleitorado se confirmadas as vitórias de João Doria, em São Paulo, e João Leite, em Belo Horizonte, dois dos três maiores colégios do Brasil. Além dos tucanos, o PMDB deve sair fortalecido das eleições. A exemplo de disputas anteriores, os peemedebistas devem manter a posição de partido com o maior número de prefeituras no país. Sua força reside, exatamente, em cidades pequenas e médias.
Tom arrogante reprovado – Nas rodas políticas ontem no Recife, quando o assunto debate na TV-Globo entrava na pauta, o que mais se comentava era a avaliação, unânime, de que o candidato do PSDB, Daniel Coelho, além de não esconder o nervosismo, expôs uma postura arrogante diante dos concorrentes, especialmente em relação ao prefeito Geraldo Júlio, do qual levou um nocaute quando o socialista revelou que fora autor de uma proposta na Câmara dos Deputados indo de encontro ao que agora prega em relação ao sistema de taxi alternativo Uber.

Fragmentação da esquerda - Com a crise política e ética que tomou de assalto o PT, a esquerda passa por um processo de fragmentação que acaba fortalecendo os partidos antes apêndices dos petistas. Nascido à esquerda do PT, o PSOL poderá se beneficiar da crise vivida pelos petistas nos grandes centros urbanos. Além de ter chances de sucesso em Belém e Cuiabá, o partido pode chegar ao segundo turno no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
Menina levada - O Itamaraty investiga as investidas de uma nora do ex-presidente Lula em viagens internacionais. Marlene Araújo costuma levar dos hotéis, em missões oficiais lençóis e toalhas, deixando a conta para os diplomatas, que só descobriam as peripécias depois da partida da mulher do ex-presidente. O Ministério Público de São Paulo investiga a nora de Lula, que recebia R$ 13 mil do Sesi, mas não trabalhava.
Gosto pelo luxo - Durante visita oficial do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a países da Ásia, embaixadores criticaram a agressividade e a ostentação da ex-presidente Dilma Rousseff. Em certa viagem oficial, no segundo mandato, Dilma berrava com os funcionários do hotel e ordenou a troca total das mobílias do quarto. Já quando esteve em Cuba, vale lembrar, Dilma fez um “pit stop” em Lisboa. Durante estadia em terras patrícias, hospedou-se em uma suíte presidencial do luxuoso hotel Ritz, ao custo a R$ 26,2 mil.
CURTAS
Novos pombinhos - Na véspera das eleições municipais deste ano, os empresários Flávio Martins Vieira e Melissa Garcia resolveram dar uma pausa da política. Apaixonados, os pombinhos se casam neste sábado (1) na Oficina Francisco Brennand, no Recife. Daí a razão de vir ao Recife, onde aproveito para reforçar a equipe de Magno Martins na cobertura das eleições de amanhã.
Onde está o dinheiro? - A falta de dinheiro para arcar as campanhas eleitorais começa a incomodar os deputados. “Não dá para ficar desse jeito. Não conseguimos fazer campanha. Imagine como vai fazer campanha um candidato a presidente, a governador, a senador?”, questiona Vanderlei Macris (PSDB-SP).


Perguntar não ofende - Por que o presidente Michel Temer não demite os petistas que tomaram conta do seu governo?

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