sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Kleber Mendonça Filho deixa cargo na Fundaj

Kleber Mendonça Filho no Festival de Cannes, em maio
Folha de S.Paulo
O diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, de "Aquarius", deixou na quarta-feira a coordenadoria de Cinema na Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco) após 18 anos no cargo.
Em carta endereçada a Luiz Otávio Cavalcanti, presidente da instituição, o cineasta pediu o desligamento — decisão que "vinha sendo pensada há quase dois anos"—  devido a dificuldades em conciliar a agenda de realizador com os compromissos diários com a Fundaj.
Mendonça Filho conheceu a Fundaj ainda na infância por influência da mãe, Joselice Jucá, que trabalhou como diretora em departamentos da Fundação. Em 1998, ele foi convidado a integrar o plantel por Silvana Meireles, diretora do Instituto de Cultura, que ele entrevistava para o "Jornal do Commercio".
Em nota, o presidente da Fundaj, Luiz Otávio Cavalcanti, disse respeitar a decisão do cineasta de entregar o cargo. "Agradeço ao cineasta pelo trabalho realizado na instituição e na promoção do Cinema da Fundação e desejo sucesso nessa nova etapa profissional", afirmou.
POLÊMICAS
O pedido de exoneração vem após a série de polêmicas envolvendo "Aquarius", filme mais recente de Mendonça Filho. Selecionado para a disputa da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o longa fez manchetes no mundo inteiro quando seu diretor e equipe protestaram no tapete vermelho contra o afastamento da então presidente Dilma Roussef (PT), que classificaram como "golpe".
No Brasil, outras três controvérsias. Na primeira delas, a classificação indicativa de 18 anos dada inicialmente ao filme gerou revolta, mas foi revertida para maiores de 16 anos.
Na segunda, o crítico Marcos Petrucelli, que usou as redes sociais para desqualificar Mendonça Filho pelo protesto em Cannes, foi escolhido pela Secretaria do Audiovisual para compor a comissão que escolheria o representante brasileiro na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro. Em apoio a "Aquarius", os cineastas Gabriel Mascaro ("Boi Neon") e Anna Muylaert ("Mãe Só Há Uma") tiraram seus filmes da disputa pela vaga.
Na terceira, o filme de Mendonça Filho foi desbancado por "O Pequeno Segredo", de David Schurmann, que representará o Brasil na corrida pela estatueta da Academia. 

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