sábado, 4 de fevereiro de 2017

Governo começa a estimular a PM


As cenas de horror em Porto de Galinhas na madrugada de ontem, provocadas por quadrilhas especializadas em arrombamento de bancos, assustaram o País. Duas agências destruídas, tiros em toda direção como numa guerra, incêndio e a destruição de uma galeria comercial atingindo oito lojas formaram um conjunto de imagens que arranharam lá fora o belo cartão postal de uma das praias mais famosas do País.
Triste, muito triste. Mais triste ainda é constatar que Pernambuco virou território do medo, com o gigantismo da onda de violência que já fez o Pacto pela Vida virar letra morta. A sociedade anda insegura, tensa, sem querer sair de casa. O governador Paulo Câmara (PSB) precisa se convencer que não deu certo importar um carioca para comandar a pasta de Defesa. O corporativismo é muito grande na tropa para engolir sotaque carregado nos erres.
Só ontem, com o anúncio do novo soldo da Polícia Militar, gradual entre maio deste ano a dezembro de 2018, o governador começou a dar à tropa um tratamento digno, como fez lá atrás com a Polícia Civil. Isso é um importante passo para o enfrentamento da violência, porque é a PM que, na verdade, está nas ruas e que dá a sensação de segurança à população. Entre os que vestem farda havia até então uma enorme revolta com a decisão do governador de aumentar o salário dos delegados e dos agentes da Polícia Civil e ignorar a voz silenciosa do inconformismo nos quartéis.
Pela política salarial adotada, um delegado passou a ganhar R$ 25 mil, salário compatível para quem optou por uma profissão tão arriscada. Este patamar é, também, o sonho dos coronéis, que embolsam salário de R$ 8 mil, no máximo, em sua grande maioria. Seria, portanto, mais do que justo que os coronéis e suas tropas fossem valorizados como os civis. E isso, pela mensagem do governador que chega segunda-feira para discussão na Alepe, será possível um nivelamento até dezembro do ano que vem. Não está sendo feito de imediato, mas já é um avanço. 
S o Estado, que, naturalmente, tem suas limitações orçamentárias, não tivesse feito este gesto de grandeza com a Polícia Militar, que possa ser entendido como reconhecimento da sua importância como guardiã na segurança da sociedade, este quadro de violência crescente só tenderia a se agravar muito mais, para infelicidade geral dos pernambucanos. Na mensagem, o Governo diz que se trata do maior acordo de valorização funcional da história da PM em Pernambuco, mesmo no momento em que o País passa pela maior crise financeira dos últimos 30 anos, da qual o Estado, evidentemente, não está imune.
PROMESSA– As lojas de artesanato destruídas na ação da bandidagem em Porto de Galinhas serão reconstruídas pela Prefeitura de Ipojuca. Segundo nota emitida pela administração municipal, os boxes serão recuperados ‘no menor prazo possível’. A Prefeitura ainda lamentou o episódio de violência, solidarizando-se, sobretudo, com os comerciantes da feirinha de artesanato. Informou que irá manter contato com o Governo estadual para tratar da segurança pública na área, já que as viaturas que estavam em Porto durante a investida foram metralhadas.

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