sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

TRANSEXUAL QUE SOBREVIVEU A TENTATIVA DE HOMICÍDIO EM SÃO DOMINGOS, RECEBE ALTA MÉDICA



A tentativa de homicídio ocorreu na madrugada do sábado, dia 08 de dezembro, vitimando a transexual Kamila França, de 23 anos de idade, em São Domingos distrito do Brejo da Madre de Deus. A vítima foi estava bebendo com um elemento que ainda não teve o nome divulgado, quando acabou sendo golpeada pelo indivíduo com um facão.
Kamila conseguiu correr até a Policlínica de São Domingos aonde recebeu os primeiros atendimentos médicos e foi transferida em estado grave com ferimentos nas mãos, braços e cabeça para o HRA – Hospital Regional do Agreste – de Caruaru de onde foi novamente transferida para o Hospital da Restauração (HR) no Recife onde permaneceu internada até o domingo (09), quando recebeu alta médica.
Kamila falou,como tudo aconteceu e revelando que ainda não sabe se voltará a morar em São Domingos, pois no momento, está em casa de familiares e focada na sua recuperação.
Quando indagamos como tinha acontecido a tentativa de homicídio e o motivo, ela foi enfática, afirmando que o seu algoz a chamou para beber e depois queria manter relações sexuais com ela, como a vítima se negou, irritado, o acusado teria tentado ceifar sua vida e não conseguiu, segundo ela, devido seus gritos por socorro.
“Estava indo comprar cigarros quando encontrei ele e outro, eles me chamaram para beber com eles. Papo vai, papo vem e ele pediu para termos relação, porém, eu disse não, se tivesse me chamado para beber nessa intenção estava enganado, nisso não tinha quase ninguém na rua do acontecido. Fomos andando e quando menos esperei, uma pancada na minha cabeça, em seguida mais outra e na terceira eu segurei o objeto que até então pensava que era um pedaço de madeira, torci o objeto até o objeto soltar da mão dele e cair no chão. De imediato corri e gritei, creio que não fui seguida e assassinada pelo fato do alarde que fiz, pois claro que se eu só tivesse corrido, eles iriam atrás, isso é fato! Quando cheguei na Rua da Frente percebi que estava molhada, até então, achei que era suor porque não estava sentindo dores alguma, naquele momento olhei para trás e vi muito sangue, isso me assustou, pois nunca tinha saído tanto sangue de mim e comecei a passar mal, fui a policlínica e bati no vidro da janela, já que tentava falar e não conseguia, até que os meninos de lá, me ajudaram”, narrou o acontecimento.

No final da entrevista, Kamila ainda falou do preconceito de muitas pessoas, que, segundo ela, desvirtuam a culpa do agressor para as vítimas, quando essas, são gays.
“Algumas pessoas precisam parar de achar que porque um gay, uma travesti ou uma transexual, é agredida, a culpa é de nossa classe, pois na maioria das vezes é mais fácil acreditar no agressor, por ele ser heterossexual, ter um trabalho ou uma família. No meu caso, ouvi gente falar que eu merecia porquê soltava piadinhas para homens, digo e repito, mentiras, procurem saber de quem me conhece, quem me conhece sabe do meu jeito de agir e tomar minhas decisões, parem de defender quem lhe convém, haja com a verdade e seu caráter. Só um alerta, hoje é comigo, amanhã pode ser com qualquer um”, desabafou.

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