quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Eficiência feminina é destaque no TJPE

Gabinete composto somente por servidoras tem apresentado resultados acima da média, afirma desembargador do TJPE


Dentro de uma esfera em que a atuação masculina é predominante, o trabalho desenvolvido no gabinete do desembargador Erik Simões, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), tem apresentado um diferencial que vai desde a sua composição até os resultados em termos de execução dos processos. Desde que ingressou em julho de 2012 no TJPE, o grupo de trabalho formado pelo desembargador é composto apenas por servidoras - dez no total.

“Tive muita sorte de reunir profissionais estudiosas, competentes e compromissadas. Aqui, não temos privilégio, nenhuma benesse. O ambiente é muito saudável”, afirmou. Sobre a questão de dar espaço para as mulheres, quando na esfera do Judiciário, ainda há uma discrepância entre os gêneros - dos 52 desembargadores que constituem o Tribunal de Justiça de Pernambuco, há apenas uma representante do sexo feminino, a desembargadora Daisy Andrade.


O desembargador Erik Simões afirma que o perfil feminino tem um desempenho mais focado na forma de executar as atividades. “Há um perfil machista no judiciário, mas estamos avançando. Acredito que o quantitativo de juízas tem tido um crescimento significativo. Aqui, não há gente querendo ser melhor que o outro. Todas trabalham com objetivo único de prestar a melhor jurisdição à comunidade”, disse.

De acordo com o último Censo do Poder Judiciário, apresentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2013, o percentual de magistrados do sexo masculino é de 64,1% enquanto do sexo feminino corresponde a apensa 35,9%. Em 2017, um levantamento feito pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do CNJ apontou que, dos 17.670 magistrados em atividade no Brasil, 37,3% são mulheres, ou seja, um quantitativo que vem crescendo aos poucos. Longe das piadas machistas de que um ambiente composto só pormulheres não tem harmonia e pró-atividade, as servidoras mostram resultados cada vez mais positivos, como a redução do acervo de processos pendentes.

Do total de 2.442 processos no gabinete, houve uma queda de quase 90%, passando para 240 processos. “Não acho que seja uma questão só ligada ao fato de sermos mulheres, mas todas aqui estão no mesmo nível e queremos fazer a diferença. Temos muito cuidado em analisar todos os processos. Queremos agilizar o trabalho, mas sem deixar de ver as nuances que cada processo possui”, afirmou a chefe de gabinete, Mônica Pontual dos Santos.

“Sempre escutamos comentários: ‘Será que dá certo trabalhar só com mulheres?’ ‘Não tem inveja e falsidade?’ Mas, nada disso existe. Construímos um ambiente de muita harmonia e com muito compromisso sem incentivos de competições internas entre as colegas e evitando privilégios”, disse a assessora Patrícia Araruna. Fonte: Folha de Pernambuco

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