quinta-feira, 14 de março de 2019

Sabemos o que matou Marielle?


Sabemos o que matou Marielle. O autoritarismo e a intolerância à sua ação política em favor dos direitos das pessoas. O Brasil e o Mundo exigem saber: a mando de quem o gatilho foi puxado?

Marielle Franco, mulher, negra, da favela da Maré, ativista dos direitos humanos e vereadora pelo PSOL, assim que tomou posse colocou seu mandato a serviço das causas libertárias, dando voz às maiorias silenciadas pela pobreza, pela condição de gênero e raça e tantas outras exclusões.

Em pouco mais de um ano como vereadora, apresentou cerca de 20 projetos de lei com foco nas políticas públicas para mulheres, negros e em defesa da comunidade LGBT.

Sua trajetória como parlamentar foi marcante e violentamente interrompida, deixando enlutada a família juntamente com toda uma geração de militantes – mulheres e homens, feministas e parte significativa da sociedade que se coloca na trincheira da luta por justiça, direitos e inclusão social.

No Dia Internacional da Mulher de 2018, Marielle falou pela última vez no plenário da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Homenageou a data, fazendo uma reflexão sobre o que é ser mulher? E continuou a indagação: “O que cada uma de nós já deixou de fazer ou fez com algum nível de dificuldade pela identidade de gênero, pelo fato de ser mulher?”.

Essa voz, silenciada de forma truculenta, permanece ainda mais viva e ecoando nas mentes e corações de milhares de mulheres e homens que acreditam no fim das violências.

Nesse quatorze de março, um ano sem Marielle e Anderson, continuar sem resposta é uma agressão às famílias das vítimas, aos amigos e amigas, aos companheiros e as companheiras de luta, às mulheres, à população negra e às comunidades periféricas do Rio de Janeiro e do Brasil.

O assassinato covarde de Marielle representa mais um duro golpe no estado democrático de direito. Somos todas Marielle, nas cidades, no campo, nos movimentos sociais, no trabalho, nas ruas e vielas, na luta cotidiana pelo direito de ser, de existir e de resistir.

“Brasil chegou a hora de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês“. Chegou a hora de punir os envolvidos nesse crime político e de ódio contra uma vereadora, lésbica, negra e defensora dos direitos humanos. MARIELLE FRANCO, PRESENTE ontem, hoje e SEMPRE! Por: Silvia Cordeiro

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