quarta-feira, 17 de abril de 2019

Obras paradas causam transtorno em Peixinhos

Pavimentação não concluída em duas ruas e chuvas, no bairro de Peixinhos, em Olinda, tem obstruído a passagem dos moradores



A placa da Prefeitura de Olinda que indica o orçamento destinado à pavimentação de duas ruas em Peixinhos, assim como a empresa responsável e o prazo da obra, foi retirada do local. O serviço está paralisado há cinco meses. Falta calçamento e sobram canaletas expostas, por onde passariam as tubulações de esgoto da área. Com o período de chuvas, o perímetro sem pavimento é tomado de lama. 

As valas abertas enchem e transbordam para dentro das casas. Próximas à avenida Presidente Kennedy, as duas ruas são utilizadas como desvio alternativo, em casos de interdição da avenida por acidente ou alagamentos. Segundo os moradores, tanto a André Temudo quanto a Óscar Carneiro constam como ruas pavimentadas nos registros do município. No entanto, mesmo os moradores mais antigos discordam de qualquer investimento até os recente início e paralisação de obra, no último bimestre de 2018.

Aproximadamente 20 famílias moram no local. Dentre elas, a de Celane Ferreira Alves, 79, que há 22 anos se mudou com os filhos para a casa na esquina em que as duas vias se encontram. “Foi logo depois que meu marido faleceu de um acidente fatal”, lembra. 

Nas duas décadas, a aposentada nunca viu qualquer interesse do município para melhorar a qualidade de vida no local. À beira dos 80 anos, não verá. Celane teve a perda total da visão há sete anos, em decorrência de um glaucoma. 


A filha Celiane Alves, 50, conta dos desafios. “Não tenho acesso para a garagem. Se minha mãe tiver qualquer problema, como vou leva-la ao hospital?”. Ela relata, ainda, que procurou a Prefeitura de Olinda em março deste ano. “Dois engenheiros foram enviados e prometeram que, dentro do prazo de 15 dias, uma drenagem seria feita. 

A obra deveria ser iniciada após o Carnaval, mas até o momento nada.” Inconformado com a situação, o gerente financeiro Rubens Vieira de Oliveira, 53, observa os transtornos da “obra abandonada”, como ele mesmo diz, e destaca a falta de sinalização.

“É arriscado até uma pessoa que não tem conhecimento cair dentro [das canaletas] durante os alagamentos. Além de que estamos expostos às doenças decorrentes dos animais que surgem com as valas abertas.”, observa. 

Na última semana, o sobrinho de Celiane, o estudante Leon Vinícius, 8 anos, teve dengue. “Apareceram várias manchas vermelhas e ele passou três dias com febre”, conta a enfermeira de formação. “Às 15h, tenho que correr para fechar todas as janelas. Com a água parada, muitos insetos têm aparecido. Precisa ver quando anoitece”, relata. 

A Prefeitura de Olinda informou que a obra foi iniciada através de convênio com o Governo de Pernambuco. “Até agora, foram repassados para Secretaria Executiva de Obras de Olinda 30% do valor do serviço. Esses mesmos 30% foram executado pela empresa Andrade Pontes. A secretaria aguarda a liberação do restante do recurso, que está orçado em R$ 90 mil, para dar continuidade ao serviço”, diz a nota. Ainda de acordo com a nota, "a Prefeitura de Olinda tem realizado ações para que sejam minimizados os transtornos no local". 

"A Secretaria de Obras estuda ainda a possibilidade de dar adiantamento ao serviço, para que seja negociado, posteriormente com a Secretaria de Planejamento do Estado, o repasse do valor que ainda resta", conclui. O Governo do Estado informou que a 2ª e 3ª parcelas aguardam liberação da Secretaria da Fazenda.

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