O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse nesta sexta-feira (23) que o banco estuda a oferta de financiamentos imobiliários com juros pré-fixados, sem correção inflacionários. A ideia é lançar o novo produto até o final do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Guimarães, o anúncio de uma linha de crédito corrigida pelo IPCA, feito na quarta (21), foi o primeiro passo nesse sentido, já que o produto pode incentivar a criação de um mercado de securitização de dívida imobiliária no país.
Entre o anúncio e as 13h desta sexta, disse o executivo, mais de 600 mil pessoas já consultaram a Caixa sobre as novas condições de crédito imobiliário, que reduzem entre 30% e 50% o valor das parcelas iniciais mas repassam ao tomador do empréstimo o risco de alta na inflação.
Leia também:Correntista da Caixa tem até domingo para pedir antecipação de FGTS
Ministério da Economia corta gastos para tentar aliviar problemas de caixa
Bancos afirmam estudar crédito imobiliário pela inflação proposto pela Caixa
Ministério da Economia corta gastos para tentar aliviar problemas de caixa
Bancos afirmam estudar crédito imobiliário pela inflação proposto pela Caixa
"Da mesma maneira que a gente está oferecendo financiamento a TR [taxa referencial] e IPCA, o objetivo, se couber na matemática da Caixa, é até o final do governo oferecer uma taxa sem correção nenhuma", disse o presidente da Caixa, em almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Ele diz que o modelo é comum nos Estados Unidos e na Ásia. Para funcionar no Brasil, porém, depende de segurança sobre o controle da inflação e do fomento ao mercado de securitização –no qual outros bancos compram títulos de dívida, compartilhando os riscos de inadimplência com o banco que concedeu os empréstimos.
O presidente da Caixa afirmou que linhas de crédito pré-fixadas melhoram a previsibilidade sobre as parcelas, já que não estão sujeitas a variações da inflação ou da TR, que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) -hoje a taxa está zerada, mas já foi superior à inflação.
Ele diz que o modelo é comum nos Estados Unidos e na Ásia. Para funcionar no Brasil, porém, depende de segurança sobre o controle da inflação e do fomento ao mercado de securitização –no qual outros bancos compram títulos de dívida, compartilhando os riscos de inadimplência com o banco que concedeu os empréstimos.
O presidente da Caixa afirmou que linhas de crédito pré-fixadas melhoram a previsibilidade sobre as parcelas, já que não estão sujeitas a variações da inflação ou da TR, que é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) -hoje a taxa está zerada, mas já foi superior à inflação.
"Quando faço isso ajudo fintechs, bancos médios, que têm a ponta do cliente mas não tem a originação [do crédito] que eu tenho", comentou. A meta da Caixa é transferir ao setor privado cerca de metade do crédito que origina por ano.
Para isso, no entanto, é necessária a criação de produtos de securitização com prazos de dez anos, que compreendam boa parte do período dos financiamentos concedidos. "Se a gente terceiriza o risco, isso fica diluído, terceirizado. Para mim, o grande desafio do Brasil no crédito imobiliário hoje é a securitização", disse. "Esse ativo é muito importante porque, de novo, é coisa que o ministro Paulo Guedes fala, trazer o mercado privado para a economia.
"Responsável por cerca de 90% do financiamento imobiliário do país, a Caixa tem hoje uma carteira de de R$ 450 bilhões em títulos corrigidos pela TR, que não têm mercado de securitização de longo prazo.
"[Com a securitização] tenho opção de ter carteira menor. Ou de não depender tanto de depósitos de poupança e outros depósitos. Esse é o segredo."
Procura
Guimarães disse que há grande procura por informações sobre a nova linha anunciada na quarta. Até esta sexta, houve mais de 600 mil consultas no site da instituição. "Está todo mundo curioso, as pessoas querem entender [quais as vantagens]", afirmou.
Ele admitiu que o tomador do empréstimo assume o risco inflacionário, mas disse que a TR, embora zerada atualmente, também pode ser elevada ao longo dos anos, e que o banco pode rever as condições em caso de mudanças drásticas na economia.
"Tem um pouco mais de risco, então é calibrar. Se você fica alguns anos economizando 30% a 50% a mês você tem uma gordura para a hora em que tem um pouco mais de inflação", afirmou."Quanto mais cedo tiver inflação maior, maior é o risco. Se você tem crédito imobiliário de vinte anos e a inflação por ventura aumente daqui a dez anos, o seu saldo a pagar é menor, por isso a mensalidade aumenta pouco."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.