terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Turistas denunciam caso de homofobia no Recife

O secretário parlamentar Eliseu Neto e o namorado Ygor Higino relataram que foram expulsos de um carro por um motorista de aplicativo e agredidos por um policial militar
Ygor Higino e Eliseu Neto, casal vítima de homofobia
Era o primeiro fim de semana do ano novo quando o assessor legislativo Eliseu de Oliveira Neto, de 41 anos, e o namorado dele, o estudante de ciências da natureza Ygor Higino, 23, tiveram que interromper as férias no Recife. Desde a madrugada do último sábado, quando foi expulso de um carro por um motorista de aplicativo após “trocar um carinho”, o casal, que mora em Brasília, precisou cancelar os planos de visitar outros lugares próximos, como João Pessoa e Porto de Galinhas, para denunciar o condutor do veículo por homofobia. O secretário parlamentar conta ainda que, na confusão, foi empurrado duas vezes por um policial militar. O caso será investigado pela polícia.
“Um momento em que a gente podia estar se divertindo, fazendo algo junto, mas tem que correr atrás de burocracia. É cansativo”, desabafa Ygor. Nesta segunda-feira, Eliseu prestou queixa na Delegacia da Boa Vista, no Centro da Capital. Por meio de nota, a Polícia Civil informou que abriu um inquérito para apurar a denúncia. A Folha de Pernambuco entrou em contato com o delegado Breno Varejão, que será o responsável pela investigação, mas, até o fechamento da edição, não obteve retorno. A Secretaria de Defesa Social (SDS) disse que até o fim da tarde de nesta segunda-feira o casal não compareceu no órgão para prestar queixa contra policiais militares, mas que a Corregedoria está à disposição para receber a denúncia e instaurar investigação preliminar caso haja evidências suficientes.
No último sábado, o casal saía de uma boate quando solicitou o serviço de transporte pelo aplicativo 99. Eles estavam na rua das Ninfas, no bairro da Boa Vista, e iam para a casa de uma amiga, onde estão hospedados, em Piedade, Jaboatão. Os dois entraram no carro por volta das 3h e, de acordo com o assessor legislativo, e, quando chegaram à avenida Conde da Boa Vista, o motorista parou o carro. “Ele (Ygor) fez uma brincadeira e um carinho em mim. O cara cancelou a corrida, ficou bravo e falou: ‘Não quero isso no meu carro’. Eu saí, tirei uma foto da placa do carro e disse que ia fazer uma denúncia por homofobia”, lembra Neto.

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