terça-feira, 31 de março de 2020

Sem restrições, casos da Covid-19 em PE poderiam ser mais numerosos

Em 18 dias, o Estado viu o número de infecções pelo novo coronavírus sair de dois para 77, com seis mortes


Achatar a curva. Esse é o termo mais usado pelos profissionais de todo o mundo que estão atuando na frente de combate à pandemia da Covid-19. Segundo médicos, cientistas e estatísticos, frear a aceleração do ciclo de transmissão do novo coronavírus é a única forma de dar aos sistemas de saúde condições de oferecer suporte necessário àqueles que forem infectados.

Por enquanto, o isolamento social tem sido a ferramenta mais eficaz para esse controle. Pernambuco iniciou as medidas restritivas no dia 18 de março, seis dias após a divulgação oficial dos dois primeiros casos da doença no Estado.

A suspensão das aulas em escolas e universidades públicas e privadas foi o primeiro passo. Três dias depois, foi a vez do comércio não relacionado aos serviços essenciais. Shoppings, salões de beleza, bares, restaurantes e outras lojas tiveram que fechar suas portas.

Do dia 12 ao dia 21, o número de casos confirmados no Estado aumentou de dois para 37. De lá para cá, foram confirmados mais 40 casos. Segundo projeções de analistas, sem distanciamento social a média é que os casos de infecção dobrem a cada três dias.

"Temos visto o desenrolar dos fatos a cada dia. Todas as projeções feitas sem isolamento para esse momento já diziam um número maior de casos e mortes”, apontou o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, nesta segunda-feira (30).
Segundo ele, não há regras sobre o tempo que devem durar as medidas porque cada localidade tem sua dinâmica própria. "Muitos lugares falam em 15 dias e depois reprogramam para mais 15 dias. Vai depender muito do resultado no isolamento. Quanto maior for o isolamento e a restrição, maior a chance de retardar o pico e ter a situação sob controle. Vemos as curvas de aceleração em todo o mundo e isso nos preocupa. A única forma de diminuir esse impacto é tomando medidas mais duras agora. Os mesmos cientistas começam a nos dizer que se nós não estivéssemos fazendo essas medidas, já estaríamos contando muito mais casos e muito mais mortes. Essa tarefa precisa ser feita enquanto aumentamos o número de leitos para minimizar a perda de vidas que se aproxima e evitar que isso seja mais dramático, como está acontecendo em outros países”, completou.

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