sexta-feira, 1 de maio de 2020

Com marcapasso e 101 anos, dona Nair se recupera da Covid-19

A idosa é uma das pessoas mais velhas a se recuperar da doença no Brasil



Aos 101 anos, Nair Torres Santos deixou o hospital Norte D'or, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (29), com aplausos e balões dos profissionais de saúde por ter se recuperado do novo coronavírus.

Uma das pessoas mais velhas a se recuperar da doença no Brasil, Torres Santos nasceu em 1918, ano em que a gripe espanhola começou a assolar o mundo. Com a idade avançada, ela colocou um marcapasso no início de abril e, após algumas idas e vindas do hospital, sua família passou a notar que ela não estava urinando bem. De volta ao hospital no dia 21 de abril, foi constatada uma pneumonia e ela foi diagnosticada Covid-19.

Torres Santos ficou na UTI até o último domingo. Após uma melhora gradual, foi para o quarto, onde ficou até receber alta. Durante o período em tratamento, a família conta que ela não precisou de respiração mecânica.
A centenária ficou assustada porque não podia receber visitas, conta a neta Cristiane Teixeira Bastos dos Santos, 42, e diz que ela chorou quando conversou sobre os familiares sobre dos dias em isolamento, mas sempre manteve a lucidez.

"Quando perguntamos se ela sabia o porquê da proibição das visitas, ela tinha total ciência da pandemia", disse Bastos dos Santos, que agradece a equipe médica do hospital por ter mantido a família informada a todo momento sobre o quadro de saúde da avó.

A neta conta que durante este período, a avó, que é da igreja messiânica, orava muito pela sua recuperação. "Aos 101 anos, passar por isso e aguentar bem, faz dela uma guerreira. Para a gente, é um motivo de orgulho muito grande", comemora Bastos dos Santos,.

Dona Nair é tida como "uma mulher atual", pela família. "Uma mulher aberta, que, por não escutar muito bem, acompanha o jornalismo na televisão pelos lábios dos apresentadores. Também costuma dar muitos conselhos".

De volta para casa, dona Nair se recupera ao lado da família, que mora no bairro de Guadalupe. Depois de mais de uma semana no hospital, ela saiu com vontade de comer feijoada. "Com ela, não tem essa de comida leve, ela gosta mesmo é de sarapatel, mocotó e feijoada", ri a neta.

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