sábado, 16 de maio de 2020

Enem pode ser adiado para dezembro, diz líder do Governo no Senado

Fernando Bezerra Coelho disse que discutiu o assunto com presidente Bolsonaro

Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB)
O Governo Federal discute a possibilidade de adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 para o mês de dezembro, devido à pandemia do novo coronavírus. A informação é do líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Em entrevista à Rádio Jornal, emissora de Pernambuco, Coelho disse que discutiu a questão na quinta-feira (14) com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e o assunto está "amadurecendo".
"Ele [Bolsonaro] está achando que deve ter um adiamento para dezembro, eu não sei se é possível realizar a prova em dezembro, e eu acredito que ao longo dessa semana a gente deve tomar alguma decisão, ou pelo Ministério da Educação ou através da votação de matérias no Senado e na Câmara propondo o adiamento", revelou. As provas estão marcadas para 1º e 8 de novembro (impressa) e 22 e 29 de novembro (digital).
De acordo com Fernando Bezerra, o ministro Abraham Weintraub avalia que se as provas não acontecerem em novembro, seria difícil colocar o calendário para fevereiro ou março do ano que vem. Neste caso, segundo o senador, a formação dos jovens brasileiros seria prejudicada em torno de seis meses. Entretanto, ele pondera que há desigualdades dos estudantes da rede particular com relação aos da rede pública, já que as aulas foram suspensas e os alunos precisam dar conta do conteúdo em casa.
"É óbvio que tem uma repercussão do ponto de vista da igualdade da oportunidade entre os alunos da rede privada e alunos da rede pública. Do outro lado, aqueles estudantes da rede pública que são do interior, que não têm cobertura de banda larga, da internet, ficam prejudicados até para poder ter acesso ao material para poder estudar, para poder competir em igualdade de condições", avaliou.

Isolamento social e reabertura das atividades

Na entrevista, Fernando Bezerra Coelho também destacou que é preciso discutir a reabertura gradual das atividades econômicas "sem paixão política" e "sem radicalização". Segundo ele, o isolamento social é importante para que a rede de saúde possa atender a quem precisa, mas que a questão econômica também precisa ser observada.
"Nós já estamos com mais de 60 dias de paralisação total das atividades, com repercussões econômicas muito graves, muita gente demitida, desempregada, sem acesso a renda. É importante que a gente possa em primeiro lugar preservar vidas e em segundo lugar, ter uma atenção voltada para preservar empregos. Não é uma escolha de Sofia, são as duas coisas. Não se pode descuidar das peculiaridades em um país imenso".
O senador disse que Bolsonaro tem questionado o tempo de duração do isolamento e a colocação "merece respeito". "Como o Brasil é um país continental, é um país muito grande do ponto de vista territorial, essa pandemia se pronuncia de forma diferenciada em diversas regiões do Brasil, inclusive aqui em Pernambuco, tem um foco mais forte na Região Metropolitana [do Recife] e uma presença mais suave no interior do Estado", exemplificou.
Coelho citou ainda a situação de Petrolina, que fica no Sertão do Estado e é seu reduto político e cujo prefeito é seu filho caçula, Miguel Coelho. De acordo com o senador, há pressão dos empresários varejistas para uma reabertura das atividades, uma vez que Juazeiro, cidade vizinha, fica na Bahia e o setor funciona com algumas restrições. Ele questionou o fato de as decisões do Governo de Pernambuco sobre o comércio serem válidas para todo o Estado.
Fernando Bezerra ainda enalteceu medidas tomadas pelo Governo Federal no socorro a estados e municípios, empresas e aos trabalhadores informais, autônomos e microempreendedores individuais (MEIs).

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