quarta-feira, 10 de junho de 2020

Agronegócio do Vale do São Francisco sofre impactos da pandemia

Agricultores perderam toda a safra por causa da pandemia da covid-19

A pandemia do novo coronavírus (covid-19) impactou todos os setores da economia mundial. Mesmo considerado atividade essencial, o agronegócio foi impactado no Vale do São Francisco, que inclui Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia. A crise fez com que a rotina da produção fosse alterada, e que empresários precisassem repensar seus modelos de negócio.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Jailson Lima, houve redução bastante significativa das vendas da região. Como no primeiro semestre não há uma janela grande de exportação, a situação foi ainda pior. "Houve uma redução de produção em função de chuvas, mas houve uma redução de consumo em relação ao coronavírus. O mercado teve uma redução grande por conta do acesso às feiras livres, aos mercados de frutícolas de uma maneira geral, tanto aqui no Nordeste como no Sul do País", avaliou.

A pandemia provocou mudanças na própria rotina de produção, para minimizar os riscos de contaminação pelo novo coronavírus. Nas plantações de uva, os turnos foram alterados para evitar aglomerações e é preciso respeitar a distância mínima entre os trabalhadores. Além disto, pias foram instaladas para que as pessoas pudessem higienizar as mãos. Os veículos de transporte estão sendo desinfectados três vezes ao dia. O mesmo procedimento está sendo realizado no maquinário da embalagem.

Mudança de hábito do consumidor

Na agricultura familiar, os impactos da pandemia estão relacionados à suspensão de contratos de venda e o fechamento de estabelecimentos comerciais, como lanchonetes, bares e restaurantes. A presidente do Sindicato dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais do Vale do São Francisco (Sintraf), Isália Damacena, destacou ainda a mudança de hábito dos consumidores. "Os agricultores familiares tiveram a perda total das suas safras por conta de não terem para onde escoar os seus produtos", lamentou.

O sommelier e produtor de vinhos artesanais José Figueredo, que atua em Curaçá (BA), aponta a dificuldade de comercialização, principalmente para quem não trabalha com e-commerce nem com delivery. "A produção pode continuar ativa, agora a grande dificuldade são as incógnitas. Para quem venderemos quando tudo isso passar? Então tudo tem que ser feito com muita cautela, tudo tem que ser muito bem pensado. Agora, claro, sempre otimista, sempre acreditando que quando a normalidade voltar, nós certamente voltaremos com outras vocações, outras orientações, outros procedimentos que nos darão norte, certamente para o sucesso".

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