quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Desorganização volta à tona nos transportes universitários de Vertentes


Mesmo com a pausa de praticamente dois anos sem aulas presenciais em várias universidades, a Prefeitura de Vertentes não se reorganizou para corrigir seus erros em relação aos transportes universitários. Agora, com a volta dos cursos presencialmente, o problema volta à tona.

Esperava-se que a pandemia afastasse muitos discentes de seus cursos, porém, quase dois anos após a decretação de pandemia, a quantidade de alunos vertentenses que utilizam os transportes municipais para irem até suas instituições segue em crescimento. Com isso, demanda-se uma maior organização e melhor frota de veículos para atender as necessidades de todos.

A Prefeitura de Vertentes, contudo, parece ir no caminho contrário e segue empurrando a situação com a barriga. Desde falta de carteirinha à superlotação, são problemas que os universitários e, inclusive, os motoristas da frota municipal sofrem. Problemas semelhantes já foram tema de uma reportagem da TV Jornal, em 2018.

A primeira das questões é a falta de levantamento e convocação dos alunos para elaboração de uma carteira de passageiro que organize melhor a distribuição das pessoas entre os ônibus, havendo um controle por parte da Prefeitura de quantos universitários se deslocam todos os dias. Sem essa carteirinha, os motoristas precisam, todos os dias, perguntar quantos vão e fazer o controle dos alunos por si sós - podendo acarretar, inclusive, no esquecimento de passageiros, por conta da alta quantidade e, claro, da falta de responsabilidade de uma minoria que não está no ônibus na hora marcada para a volta.

Outra das questões tem a ver com a superlotação, que pode voltar a acontecer de forma frequente, semelhante ao início de 2020, antes da pandemia. São apenas três ônibus ofertados pela Prefeitura Municipal para alunos de mais de cinco instituições, somando cursos pré-vestibulares, cursos profissionalizantes e instituições de ensino superior.

Um dos transportes que mais se aproxima de exceder a quantidade máxima de alunos todos os dias, é o que faz o trajeto para a Unifavip. Além da universidade já citada, são levados alunos também de outras instituições. Em 2020, por exemplo, houve um incidente envolvendo grande quantidade de pessoas no ônibus: havia lugares para 44 pessoas e estavam sendo transportadas cerca de 60. O veículo acabou sendo parado pela Polícia Rodoviária Federal e multado.

Suporte ruim aos motoristas

E os contratempos não acontecem apenas com os alunos: os condutores também sofrem com as condições ruins e falta de companheirismo no trabalho.

Alguns dos poucos ônibus que são ofertados para realizar o trajeto Vertentes-Caruaru não oferecem conforto para realizarem viagens médias e longas. As cadeiras duras podem causar dores nas colunas tanto dos alunos, quanto, principalmente, dos motoristas, que precisam de maior qualidade nas poltronas para realizarem seu trabalho da melhor forma.

Em conversa com nossa reportagem, um dos motoristas - que, por motivos de represálias, não será identificado - confessou que encontra muitas vezes os veículos com combustível próximo à reserva, e ninguém avisa ou abastece antes dele. E não para por aí: se caso houver multas por superlotação ou algum outro problema que estejam fora do alcance dos motoristas, o valor é descontado do salário deles ao final do mês.

Da redação do Blog Vertentes Notícias

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