segunda-feira, 28 de março de 2022

Laboratório pernambucano guardava amostras de testes de covid ao lado de potes de margarina e água


A Polícia Civil de Pernambuco realizou fiscalização e prendeu três pessoas em um Laboratório de Análises Clínicas, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

A investigação começou após denúncias contra o local feitas na Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).

A denúncia apontava que foi realizado um exame de covid-19, tipo RT-PCR, que apresentou resultado negativo e, em seguida, quando a pessoa chegou em Fernando de Noronha, realizou um novo teste e apresentou resultado positivo.

Durante fiscalização, a polícia constatou que o laboratório não tinha equipamentos, nem estrutura para realização do RT-PCR. Eram realizados testes rápidos de antígeno para covid, mas os laudos atestavam o exame de RT-PCR.


De acordo com a polícia, o laboratório não apresentou as documentações necessárias, evidenciando funcionamento clandestino, nem demonstrou a prática dos cuidados básicos de biossegurança, uma vez que no local as amostras de testagem estavam acondicionadas em uma geladeira junto a potes de margarina e garrafas com água.

O laboratório foi interditado pela Apevisa e os proprietários e a funcionária que se apresentou como técnica em enfermagem, sem apresentar comprovação de registro no Coren, foram presos e autuados em flagrante por crimes contra as relações de consumo, além do exercício ilegal da profissão por parte da funcionária.

Vale lembrar que, até o último dia 15, a apresentação de exames negativos de covid-19 era obrigatória para entrar em shows e eventos em Pernambuco.

A delegada Thaís Galba, da Delegacia do Consumidor (Decon), disse que ainda não é possível afirmar se as pessoas já procuravam o local sabendo que os testes seriam negativos. 
"Essa informação é alvo de investigação, não tem como afirmar que as pessoas sabiam, mas há fortes razões e indícios de que eram falsificados (os exames)", comentou.
Segundo as investigações, todos os resultados emitidos pelo laboratório apresentavam resultado negativo, como se tivessem realizando o procedimento de testagem no modo RT PCR.

O laboratório era de porte mediano, segundo a polícia, e ficava no centro de Prazeres. No momento da fiscalização, três pessoas estavam no local para fazer exames.

A delegada verificou exames de forma aleatória e todos estavam com resultado negativo, inclusive, um dos laudos em inglês, para uma pessoa, segundo ela, com nome árabe.

Durante a diligência policial, o segundo proprietário chegou ao estabelecimento e disse que, na verdade, as amostras seriam enviadas para um laboratório parceiro, que faria o RT-PCR.
"Pedimos a rastreabilidade de pelo menos uma amostra enviada a esse laboratório parceiro e não foi apresentado nenhum", disse Thaís Galba.
Da redação do Blog Vertentes Notícias
Com informações do JC NE10 Uol

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