quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Laudo aponta falhas críticas em ônibus que tombou e matou 17 pessoas que retornavam de compras no Moda Center no Agreste de Pernambuco

Documento preliminar revela velocidade muito acima do permitido, ausência de cintos acessíveis e possível superlotação no veículo.
 
O tombamento do ônibus que matou 17 pessoas na Serra dos Ventos, entre Paranatama e Saloá, continua revelando detalhes preocupantes. O acidente, ocorrido em 17 de outubro, também deixou 17 feridos e ganhou novos contornos após a divulgação de um laudo preliminar elaborado pela Polícia Rodoviária Federal.

O documento descreve a dinâmica do acidente e analisa as condições do veículo, mas não conclui as investigações. Ainda assim, aponta elementos que ajudam a entender o que pode ter contribuído para a tragédia.

Os peritos identificaram que o ônibus trafegava a 90 km/h num trecho cuja velocidade máxima é de 50 km/h. O local é reconhecido por curvas fechadas, declive acentuado e pouca iluminação, fatores que tornam a direção mais arriscada.

A empresa responsável, de Brumado (BA), havia fretado o veículo para transportar passageiros que foram realizar compras no Moda Center em Santa Cruz do Capibaribe. A viagem de volta para a Bahia acontecia pela BR-423 quando, por volta das 19h40, o motorista perdeu o controle da direção.

Segundo a Secretaria de Defesa Social, havia cerca de 40 pessoas a bordo, número maior que o informado no termo de fretamento. A suspeita é de que alguns passageiros tenham embarcado durante o trajeto.


Entre os pontos analisados pelos peritos, a ausência de cintos de segurança acessíveis chamou atenção. O laudo aponta que a falta de uso contribuiu diretamente para a gravidade dos ferimentos. Os equipamentos não estariam visíveis ou facilmente localizáveis, dificultando ainda mais sua utilização.

As equipes também descartaram falhas mecânicas, problemas nos freios, má conservação do pavimento ou fatores climáticos que pudessem ter provocado o acidente. O cenário descrito indica que a condução em velocidade incompatível, aliada ao trecho perigoso, pode ter sido determinante.

O relatório destaca ainda que não havia sinalização vertical informando a velocidade permitida antes do ponto da colisão. Apenas uma sinalização horizontal marcava os 50 km/h, porém desgastada, e placas alertavam sobre a extensão do declive e a necessidade de uso do freio motor.

De acordo com a PRF, o ônibus chegou a invadir a contramão e bater em rochas às margens da rodovia. Após retornar ao sentido correto, colidiu em um barranco de areia e tombou. Cinco passageiros foram arremessados antes mesmo do veículo virar.

Dois motoristas se revezavam na viagem e sobreviveram. O auxiliar relatou que dormia no momento do impacto e só percebeu a dimensão do acidente ao acordar.

As investigações seguem para definir responsabilidades e esclarecer todos os fatores que levaram ao desastre.
 
Da redação do Blog Vertentes Notícias
Com informações do Blog Estação Notícias
 

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