segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Botox pode ajudar no tratamento da depressão, diz pesquisador

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As pessoas costumam franzir o rosto quando estão tristes ou chateadas e abrem um sorriso e estão alegres. Mas pode a relação causa-efeito ocorrer na direção inversa? Adotar uma expressão de felicidade influenciaria nossos sentimentos a ponto de nos deixar mais contentes? O pesquisador microbiologista inglês Andy Pickett acredita que sim. E mais, ele, que estuda a toxina botulínica há mais de 25 anos, nos contou em entrevista exclusiva, que a substância tem se mostrado muito eficaz não só para confirmar esta teoria como no tratamento de um dos maiores males nos novos tempos: a depressão.


Pickett, que esteve na capital pernambucana onde participou do congresso Dermato Recife 2014, explica que isso começou a ser notado em um grupo de pessoas que sofria de depressão nos Estados Unidos e que recebeu aplicações de botox no rosto. Seis semanas depois, 52% dos pacientes mostraram diminuição nos sintomas da depressão. “Existem várias formas de medir isso. Uma delas é comparando a quantidades de medicamentos que o paciente usa. Neste grupo percebemos que uma parcela significativa deixou de tomar algumas drogas”, explica.
O pesquisador microbiologista Andy Pickett estuda a toxina botulínica há mais de 20 anos e acredita nos efeitos da substância para o tratamento da depressão - Foto: Ségio Bernardo/JC Imagem
O pesquisador Andy Pickett estuda a toxina botulínica há mais de 20 anos – Foto: Ségio Bernardo/JC Imagem
Vamos explicar melhor. Para o microbiologista as expressões faciais interferem nas emoções e não o contrário. Traduzindo: o aparecimento de rugas no rosto envia sinais precisos para o cérebro, que por sua vez responde com substâncias que produzem sensações de tristeza ou de alegria. “É o caminho inverso: você parecer triste é que te deixa triste. Os pacientes de depressão não parecem felizes, é uma cura de fora para dentro a partir do momento que a toxina deixa a expressão mais suave, mais leve”, complementa. Mas não é qualquer pessoa que, necessariamente, alcança esse resultado, alerta ele.
Não se sabe ainda, ao certo, por que nossas expressões faciais influenciam nossas emoções, como parece acontecer. Em nossa mente, associações entre sentimentos e reações podem ser tão fortes que as expressões acabam reforçando nossas emoções ��" e pode não haver uma razão evolutiva para essa conexão. Ainda assim, nosso rosto parece comunicar nossos estados mentais não apenas para os outros, mas também para nós mesmos. “Eu sorrio, logo devo estar feliz”, conclui. Fonte: NE 10.


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