terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Chaves Neto de Bolaños fala dos momentos vividos com o avô

Malu SilveiraDo NE10
"A última vez que visitei meu avô foi em maio. Comemos, conversamos e vimos futebol", disse o neto de Chaves / Foto: reprodução / Facebook
"A última vez que visitei meu avô foi em maio. Comemos, conversamos e vimos futebol", disse o neto de ChavesFoto: reprodução / Facebook
"Não falarei do escritor, do ator, do diretor, do compositor ou do produtor. Falarei do homem", começa o texto escrito por um dos netos do mexicano Roberto Gomes Bolaños, o eterno Chaves, que nos deixou órfãos na última sexta-feira (28). A mensagem publicada nas redes sociais pelo jovem jornalista Pedro Arnau nos entrega os momentos rotineiros, porém não menos especiais, de um artista adorado por muitos.
Afastado dos holofotes há anos, Chespirito - como era conhecido no México - vivia há anos com sua mulher, Florinda Meza, em Cancún. Vários meios de comunicação tentaram por diversas vezes entrevistas com Bolaños, mas a maioria era recusada por causa do seu estado de saúde. O afastamento e a verdadeira falta de notícias era algo que angustiava aqueles que sempre admiraram seu trabalho. 
 Não sei se ter um avó 'famoso' o fazia melhor ou pior. Nós o víamos menos do que gostaríamos e ele teve mais mortes no Twitter do que capítulos de Chaves 
"Você podia conversar demoradamente e de forma bastante relaxada com ele. Estava sempre a par do que fazia toda a família. Suas anédotas do trabalho eram um verdadeiro deleite para nós. E quando falava de boxe, movia o corpo com uma habilidade e postura que só aqueles que já subiram em um ringue sabem adotar. Assistir televisão ao seu lado era um aprendizado constante de acertos e erros nas mais diversas produções", escreveu seu neto. 
Milhares de fãs acompanharam o funeral de "Chesperito" no estádio Azteca
Milhares de fãs acompanharam o funeral de "Chesperito" no estádio AztecaFoto: AFP
A fama internacional do avô também era algo que se mostrava na rotina familiar. "Não sei se ter um avô 'famoso' o fazia melhor ou pior. Nós o viamos menos do que gostaríamos e ele teve mais mortes no Twitter do que capítulos de Chaves. Mas o carinho de tantas e tantas pessoas o contagiava", revelou Arnau. 
"A última vez que visitei meu avô foi em maio. Comemos, conversamos e vimos futebol. Um fim de semana normal entre um neto, sua mãe e seu avô. Agora sei que este mesmo carinho está refletido em todas as mensagens e demonstrações de afeto que temos recebido na família. Muito obrigado a todos pelo apoio", terminou o neto do menino Chaves.  
Confira o texto na íntegra: 
"Não falarei do escritor, do ator, do diretor, do compositor ou do produtor. Falarei do homem. Ele lembrava das suas histórias da década de 30 com uma memória invejável. Quando alguém lhe perguntava: 'Como estás?', ele respondia, sem exceção: 'Lindo e tu?', sempre mencionava que um de seus maiores êxitos foi deixar de fumar. Era apaixonado pelos selos postais e, acima de todas as coisas, amava seus filhos e netos. 
Você podia conversar demoradamente e de forma relaxada com ele. Estava sempre a par do que fazia toda a família, suas anedotas do trabalho eram um verdadeiro deleite. Quando falava de boxe, movia o corpo com uma habilidade e postura que só aqueles que já subiram no ringue sabem adotar. Assistir televisão ao seu lado era um aprendizado constante de acertos e erros em diversas produções. Amava futebol, tinha um olho crítico para os grandes jogadores e reprovava energicamente aqueles que tentavam enganar a base de jogo sujo e 'no grito'. 
Não sei se ter um avô 'famoso' o fazia melhor ou pior. Nós o víamos menos do que gostaríamos e ele teve mais mortes no Twitter do que capítulos de Chaves. Mas o carinho de tantas e tantas pessoas o contagiava. 
A última vez que visitei meu avó foi em maio. Comemos, conversamos e vimos futebol. Um fim de semana normal entre um neto, sua mãe e seu avô. Agora sei que este mesmo carinho está refletido em todas as mensagens e demonstrações de afeto que temos recebido na família. Muito obrigado a todos pelo apoio. 
Muito obrigado, avô Rober!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.