segunda-feira, 4 de maio de 2015

Da desconfiança ao título


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Por Wladmir Paulino
O Santa Cruz era uma incógnita para a torcida no começo do ano. Perdeu três de seus destaques na Série B: Leo Gamalho foi para o Bahia e o volante Sandro Manoel e o lateral-esquerdo Tiago Costa rumaram para o Ceará – este voltaria na reta final. Nada menos que 17 jogadores foram contratados, além do técnico Ricardinho. E de quebra o peso de ter apenas o Campeonato Pernambucano e a Série B. E a perspectiva inicial era a mais sombria possível, pois logo na estreia um clássico e contra o então franco-favorito Sport. Em pleno Arruda, os rubro-negros fizeram 3×0.
Alguns ainda poderiam argumentar que foi o início de um time em formação contra outro que já atuava junto desde a temporada passada. Mas durou até a segunda rodada. O tricolor foi a Serra Talhada e foi atropelado pelo Cangaceiro. Novamente um 3×0 incontestável. O goleiro Bruno, os laterais Moisés (direito) e Leo Veloso (esquerdo) foram apontados como vilões. Para completar, o atacante Bruno Mineiro, maior esperança de gols, sofreu uma grave lesão muscular.
A responsabilidade de vestir a camisa nove, aquela que cheira a gol, caiu nas costas de Betinho, que passou boa parte da Série B machucado e, para a torcida, devendo bastante. Sem fazer gol ele foi fundamental na primeira vitória. Na terceira rodada deu os passes para os gols de Biteco e João Paulo, este último despontando como destaque no meio de campo. Parecia que os bons ventos voltariam a soprar. Ficou apenas na aparência.
Na rodada seguinte, os corais voltariam a jogar em casa, agora contra o Salgueiro. E foi o jogo em que a gritaria por atacante se fez mais alta. Só no primeiro tempo, Betinho carimbou a trave duas vezes. Aos nove do segundo tempo, Jeferson Berguer marcou o que seria o gol da vitória do Carcará. O Santa caía para a lanterna do hexagonal.
A pressão era enorme para o segundo clássico, agora contra o Náutico. Num jogo tenso, mas onde jogou melhor, o tricolor foi premiado com o gol da vitória no fim da partida. Por ironia, marcado por ele, Betinho. A tabela marcava um novo Clássico das Emoções apenas quatro dias depois. Um insosso 0x0 manteve a desconfiança. O time não conseguia vencer duas vezes seguidas e os atacantes sofriam para marcar. Para completar, o jogo seguinte seria contra o Salgueiro. E o placar se repetiu: 1×0 para o Carcará. O time de Ricardinho era derrubado do G4 mais uma vez.
O ponto da virada
Quando menos se acreditava, o time virou o jogo a seu favor. O adversário era o Central, no Arruda. Anderson Aquino marcou o gol da primeira vitória tricolor dentro de casa na temporada. Melhor ainda, os três pontos mandaram o time de volta para o G4, agora em terceiro lugar.
O troco
Na penúltima rodada era preciso vencer para carimbar o passaporte para a semifinal. E foi a primeira demonstração clara que a evolução estava em pleno andamento. O Santa Cruz dominou do começo ao fim e devolveu os 3×0 da segunda rodada. Para completar, Betinho afastou os resquícios de cara feia com os dois gols marcados.
Suor e sangue
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À evolução tática da vitória sobre o Serra Talhada, os corais mostraram outro ingrediente da fórmula de campeão: lutar até o fim. Foi assim no último clássico do Pernambucano 2015. Já disparado no primeiro lugar, o Sport poupou alguns titulares, pois começaria a disputar a semifinal da Copa do Nordeste com o Bahia. Ainda assim abriu 1×0, de pênalti, e na jogada da infração, perdeu o zagueiro Danny Morais, expulso. Mesmo com um a menos, os corais não desistiram e foram premiados aos 47 do segundo tempo com o gol de empate marcado pelo meia João Paulo com direito a cabeçada na bola e na chuteira de Oswaldo. A imagem do jogador comemorando com o lado esquerdo do rosto coberto de sangue é a mais emblemática da campanha coral na competição.
Passeio
O adversário na semifinal seria o Central, vítima duas vezes no hexagonal. O Santa teve uma certa dificuldade mas não perdeu o controle do jogo em nenhum momento. Betinho abriu o placar no fim do primeiro tempo. Depois dos 22 do segundo com duas expulsões da Patativa a porteira abriu. Betinho fez mais um e Alemão marcou os outros dois e o segundo jogo viraria mera formalidade. E virou mesmo, mas muito pela seriedade dos jogadores. Aos cinco minutos, Emerson Santos fez 1×0. No fim do jogo, Aquino ampliou. Nos dois jogosm, seis gols. Nos dez da fase inicial, foram nove. Nas últimas cinco partidas apenas um gol tomado. Essas eram as credenciais da equipe para a inédita decisão com o Salgueiro.
JOGOS DO SANTA CRUZ
Hexagonal do Título
31/1 – Santa Cruz 0x3 Sport
8/2 – Serra Talhada 3×0 Santa Cruz
18/2 – Central 1×2 Santa Cruz
21/2 – Santa Cruz 0x1 Salgueiro
25/2 – Náutico 1×2 Santa Cruz
1/3 – Santa Cruz 0x0 Náutico
8/3 – Salgueiro 1×0 Santa Cruz
15/3 – Santa Cruz 1×0 Central
21/3 – Santa Cruz 3×0 Serra Talhada
5/4 – Sport 1×1 Santa Cruz
Semifinal
18/4 – Santa Cruz 4×0 Central
26/4 – Central 0x2 Santa Cruz
Final
29/4 – Salgueiro 0x0 Santa Cruz
3/5 – Santa Cruz 1×0 Salgueiro

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