sábado, 2 de maio de 2015

Um ano depois, família de vítima da privada ainda sofre

Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
O ano não passou. Esse é o sentimento da família de Paulo Ricardo Gomes da Silva, morto com uma privada atirada na cabeça, depois do jogo entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B, no dia 2 de maio de 2014. Em entrevista ao Blog do Torcedor/Jornal do Commercio, o pai de Paulo, José Paulo, e o tio dele, Tiago Valdevino, revelaram a angústia vivida desde que souberam da tragédia. Para eles, o tempo é algo que dificilmente irá curar as feridas abertas há um ano.
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“O ano não passou. Sempre é emoção falar dele. Vai fazer um ano , mas a falta é muito grande. Não vai passar de jeito nenhum. É um dor que não tem remédio. É muito dolorido”, lamentou Paulo José.
Por conta da dor, o quarto de Paulo Ricardo mal foi mexido. A prancha de surfe, esporte praticado pela vítima, as camisas do Sport e até os materiais de trabalho – da profissão de soldador – estão intactos. “Hoje você vem aqui e não encontra mais ele. Passou 2014 e não soube o que era Copa do Mundo, Natal ou Ano Novo. O sofrimento é muito grande”, conta emocionado o pai.
Depois de perder o filho, José nunca mais foi para um estádio de futebol, mesmo se considerando um torcedor do Sport que acompanha o time de perto. Teme não só as lembranças do filho como também a violência nos estádios. “Queria que existisse paz em todos os setores, mas infelizmente está muito difícil. Se tira a vida fácil demais, por conta de uma camisa. O futebol não mais torcedor. Quem mais deseja que acabe com essa violência sou eu”.
Quarto de Paulo permanece intacto. Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Quarto de Paulo permanece intacto. Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Sobre a punição para os acusados do crime, o pai de Paulo Ricardo não esconde o desejo de justiça. “Se fosse do bem não estava sendo julgado. Foi um crime que chocou o mundo. Também houve negligência por parte do Santa Cruz. Um simples ato e poderia ter evitado a morte dele”. Everton Felipe, Waldir Pessoa e Luiz Cabral irão para júri popular, que possivelmente ocorrerá no dia 16 de junho.
Quem também espera pelo julgamento é o tio Tiago Valdevino. Ele, porém, acredita que, com a punição para os três acusados, a dor passará um pouco. “Acredito que peguem a pena máxima, no mínimo. Estamos acreditando e confiantes. Com a pena que eles peguem o sentimento vai amenizar”, afirma o irmão da mãe de Paulo, que desde o ocorrido evita tocar no assunto. Ela fica reclusa e nem mesmo toca nos documentos do caso. “Ela sente muito”, explica Tiago.

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