
Presidente do Sindicato dos Músicos, Eduardo de Matos, reclama de atraso no pagamento. Foto: BlogImagem
Às vésperas do São João, o pagamento dos músicos que realizaram shows durante o Carnaval do Recife este ano ainda está em atraso. Segundo o presidente do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado de Pernambuco (Sindimupe), Eduardo de Matos, até a última segunda-feira (15), tinham sido pagos pela Prefeitura do Recife apenas R$ 11,7 milhões dos R$ 20 milhões acordados de cachê dos artistas que se apresentaram durante o período carnavalesco.
No dia 2 de junho, a Prefeitura do Recife convocou reunião com o Sindimupe e, por meio do presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR), Diego Rocha, anunciou que os pagamentos seriam concluídos até 15 de junho. Porém, passados quatro meses do término do Carnaval, ainda faltam R$ 8,3 milhões.
Nessa terça (16), ao fim da entrevista na Rádio Jornal, a reportagem do Blogquestionou os atrasos ao prefeito Geraldo Julio (PSB). O gestor afirmou não ter nenhuma pendência financeira e que 83% do valor total já foi pago e não só 58,5% como afirma Eduardo de Matos.
Geraldo explicou que não existe pendência, pois os recursos para o pagamento dos músicos estão reservados desde março e o que atrasa o pagamento é a falta dos documentos necessários por parte das produtoras.
“Já pagamos 83% de todas as apresentações do Carnaval e aquelas que não foram pagas estão com os processos tramitando, pois ainda falta alguma documentação, alguma foto ou vídeo”, afirmou o prefeito.
A prefeitura exige que os grupos que se apresentarem façam fotos e vídeos comprovando que estiveram no evento para que seja feito o pagamento. O valor da multa para quem não apresenta este material é de 10% do cachê. Segundo o presidente do Sindimupe, é inadmissível um atraso de quatro meses por falta de fotos ou vídeos.
RETROSPECTIVA – Essa “novela” entre a PCR e os músicos é antiga, o presidente do Sindimupe afirmou que vai entrar em contato com o Ministério Público, Secretaria de Cultura e FCCR para montar um plano de ação no intuito de evitar problemas no Carnaval de 2016.
“Vamos estudar um modelo para adoção de nota contratual para os próximos eventos da Prefeitura. Com a nota contratual é possível identificar quem são os músicos, quanto eles vão receber e a existência de orquestras e bandas clones, que apenas tem o nome da original, mas subcontratam músicos com cachês menores”, comentou Eduardo.
Uma das principais queixas do órgão é a discriminação com relação ao artista nacional ou de fora do Estado, que recebem o cachê antecipadamente ou logo após das apresentações, enquanto o artista pernambucano espera até dois meses pelo dinheiro.
Em relação ao São João, Eduardo disse ser mais tranquilo e afirmou que não espera atrasos nos pagamentos.
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