Vicente André Gomes transferiu sessão do plenário diante dos protestos nas galerias. Bolas de papel foram arremessadas nos vereadores. Foto: André Nery/JC Imagem.
O Plano Municipal de Educação foi aprovado nesta segunda-feira (22) por 29 votos a favor e seis contrários na Câmara dos Vereadores do Recife. Sob protestos de professores, estudantes e membros do Sindicato Municipal dos Professores (Simpere), as galerias foram fechadas inicialmente. Em seguida, o grupo conseguiu pressionar e acompanhar a sessão. Em meio a protestos, o presidente da Casa José Mariano, Vicente André Gomes (PSB), transferiu a votação para o plenarinho, sem a presença do público. Alinhado ao plano estadual, o documento do Recife também vetou referências alusivas à questão de gênero.
O projeto de lei, enviado pelo prefeito do Recife, Geraldo Julio, há oito dias, foi votado em regime de urgência. O documento precisava ser sancionado antes da próxima quarta-feira (24) para atender ao prazo estabelecido pelo MEC.
As críticas dos manifestantes se referiam a dois pontos específicos: a retirada das referências à questão de gênero e a ausência de itens que haviam sido discutidos na 10ª Conferência Municipal de Educação (Comude), que aconteceu no início do mês.
Em uma panfleto distribuído na sessão, assinado pelo Simpere, a entidade afirma que o prefeito Geraldo Julio enviou o projeto para ser votado “que nada tem a ver com o que foi discutido, votado e aprovado no Comude”.
Estudantes e professores protestaram contra aprovação do Plano Municipal de Educação. Foto: André Nery/JC Imagem.
Líder do governo na Câmara, Gilberto Alves (PTN), comemorou a votação, destacando que o plano conseguiu ser aprovado dentro do prazo estabelecido pelo MEC. O documento é válido para os próximos dez anos.
A vereadora Isabella Roldão votou contra o projeto e classificou a votação como “arbitrária” por desrespeitar o que foi discutido no Comude.
“O saldo é triste. Temos aprendido que as decisões tomadas em sociedade pouco interessam. O prejuízo foi grande. O retrocesso foi grande. Difundiu-se uma análise equivocada em torno dessa discussão de ideologia de gênero. A discussão da ideologia de gênero é o respeito. É dizer não aos constrangimentos. O que queríamos era integrar, mas a discussão foi vetada pela bancada evangélica”, lamentou a vereadora, que teve que votar contra as próprias emendas.
Segundo ela, as emendas foram votadas em bloco, sem destaque para nenhuma delas. Logo, a oposição não pôde discutir individualmente as propostas. “Então, disse não, sob protesto. Foi uma atitude autoritária”, explicou.

Vicente André Gomes transferiu sessão do plenário diante dos protestos nas galerias. Bolas de papel foram arremessadas nos vereadores. Foto: André Nery/JC Imagem.

Estudantes e professores protestaram contra aprovação do Plano Municipal de Educação. Foto: André Nery/JC Imagem.
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