Quebra de paradigma faz o Salgueiro voar alto no Estadual

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem.

A vitória por 3×0 sobre o Santa Cruz no domingo (13) foi apenas mais um capítulo da grande campanha do Salgueiro no Campeonato Pernambucano 2016. E, desta vez, ninguém pode reclamar que ele usa só o Cornélio de Barros e o calor do Sertão como armas, pois só perdeu para o Náutico na Arena Pernambuco. Empatou com o Santa no Arruda e atropelou o Central em Caruaru. Números que remetem a um misto de planejamento, dedicação e humildade que está quebrando um paradigma no futebol: não existem 11 titulares. Quem não está no departamento médico tem que estar pronto, pois a qualquer hora vai ser chamado.

Isso aliado à força em casa construiu uma fórmula perfeita. O time de Sérgio China só tomou três gols. E nenhum deles dentro de casa no Estadual. Venceu Sport e Central por 1×0 e fez 3×0 no América e no Santa Cruz. De quebra ainda tem o artilheiro da competição. Com o gol marcado em cima do Santa o atacante John isolou-se na liderança com quatro.

Tudo pensado lá atrás, ainda na pré-temporada. Como é o time de Pernambuco que mais percorre distâncias – só para jogar no Recife são 1.200 km entre ida e volta – o técnico definiu que a melhor maneira de evitar lesões e manter o sistema de jogo funcionando a pleno vapor seria trocar algumas peças jogo a jogo.

Tomemos como exemplo a semana passada. O Carcará foi ao Frasqueirão e venceu o ABC por 2×1 pela Copa do Nordeste na última quinta-feira (10). Três dias depois encarou o Santa com 40% do time diferente – excetuando o goleiro. Saíram Moreilândia (volante), Daniel (lateral-esquerdo), Jefferson Berguer e Paulinho Mossoró (meias) para as entradas de Jaíldo, Cássio, Piauí e Daniel.

“Fizemos o planejamento junto com a preparação física e a pré-temporada foi muito boa e como temos um elenco homegêneo mudamos pouco a maneira de jogar”, pontuou. Ele explicou que também fez alterações táticas mas evitou entrar em detalhes para não facilitar a vida dos rivais. “Independente de quem jogue, cada jogador sabe bem qual a sua função. De um total de 26 jogadores no elenco ele só não usou quatro. A comissão técnica também é enxuta, além dele, há um auxiliar, um preparador físico e um treinador de goleiros. “Aqui todo mundo é multiuso. Meu fisiologista é o preparador físico. Não há especialista mas são profissionais com uma capacidade muito grande”, elogiou.

Mesmo com todo desempenho positivo ele não tira os pés do chão, O objetivo era classificar-se entre os quatro para a semifinal. Mesmo tendo sido o primeiro a fazer isso, ainda garante que seu time corre por fora. “Os favoritos são os três grandes (Náutico, Santa e Sport). É claro que almejamos coisas maiores mas mantemos os pés no chão. Os resultados só vêm com o trabalho”, pontuou.

NORDESTÃO
Na competição regional, o Salgueiro briga para classificar-se entre os melhores segundos colocados. Está em segundo no grupo A com sete pontos – o Campinense lidera com 13. As duas derrotas foram justamente para o time paraibano – dentro e fora de casa.

PÚBLICO
O status de quarta força do Estado também se reflete nas arquibancadas. Os sertanejos têm a quarta melhor média de público do Pernambucano com 3.733 torcedores por jogo. O Trio de Ferro lidera. O Santa tem 6.913, o Sport 6.878 e o Náutico 6.171. Sem computar os clássicos, onde o dono da casa tem o ‘reforço’ de um adversário de grande torcida para aumentar a média, o Carcará só perderia para o Santa.