domingo, 17 de julho de 2016

Turquia: golpe militar mata 265 e 2.800 feridos

Agências internacionais
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, descreveu a tentativa de golpe com "uma mancha na história da democracia da Turquia" e informou que o número de mortos nos confrontos é de ao menos 265. Em uma coletiva de imprensa realizada neste sábado (16), Yildirim disse que as forças de segurança detiveram 2.839 militares suspeitos de envolvimento com a tentativa de golpe. Ele descreveu aqueles que abriram fogo contra civis como piores do que os rebeldes curdos contra os quais a Turquia tem lutado.
"Eu felicito todos os cidadãos que resistiram ao golpe", disse o primeiro-ministro. Segundo Yildirim, 161 "mártires" foram mortos nos confrontos e 1.440 ficaram feridos. Mais cedo, autoridades informaram que 104 participantes da tentativa de golpe também foram mortos.
Durante a madrugada, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a situação do país estava sob controle, após horas de caos provocado pela tentativa de golpe feita pelas Forças Armadas —porém, ainda era possível ouvir explosões em Ancara e Istambul.
Mais cedo, o general Ümit Dündar —nomeado comandante interino do Estado-Maior das Forças Armadas no lugar do general Hulusi Akar, que havia sido capturado pelos militares na sexta— disse que oficiais da Força Aérea, da polícia militar e de unidades blindadas (tanques) eram os principais envolvidos na ação.
Por volta das 12h locais (6h de Brasília), a Grécia informou que prendeu oito homens a bordo de um helicóptero militar turco, que aterrissou no aeroporto de Alexandrópolis. Os homens uniformizados pediram asilo político, mas foram detidos sob suspeita de participação na tentativa de golpe, informou a televisão grega. O Ministério das Relações Exteriores exigiu a extradição imediata deles. Por mensagem de celular, enviada em massa para a população turca, o presidente Erdogan pediu que as pessoas tomem as ruas e lutem pela democracia.
Como havia feito Erdogan, o primeiro-ministro acusou o pregador Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, de estar por trás da sangrenta ação. Ele, no entanto, negou veementemente. O regime turco acredita que Gülen encabeça uma organização terrorista. No passado, Ankara pediu a expulsão dele à Washington, que a negou.
Neste sábado, o secretario de Estado americano, John Kerry, incitou a Turquia a apresentar provas, e se ofereceu a ajudar com a investigação sobre a tentativa de golpe.

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