terça-feira, 20 de setembro de 2016

Coluna da terça-feira


 Temer testa popularidade
         Por Gabriel Garcia, direto de Brasília
A falta de credibilidade da economia nacional coloca nas cordas o Governo Federal, que precisa atrair investimentos privados para superar a crise que assola os brasileiros, com desemprego de 12 milhões de pessoas. Com gasto público abusivo, que levou o País a registrar uma carga tributária de 32,66% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, o presidente Michel Temer tenta retirar o Brasil do buraco onde foi jogado pelo Governo da ex-presidente Dilma Rousseff.  A favor, Temer conta com a disposição por parte dos investidores estrangeiros, que enxergam a economia com menos desconfiança.
No entanto, para recolocar o Brasil na rota do crescimento, o mercado cobra corte gastos públicos e as reformas econômicas, como da Previdência e do Trabalho. Mesmo com base aliada sólida, uma nuvem negra paira sobre esses projetos. O Governo terá força para votá-los? Considerada prioridade máxima pelo Ministério da Fazenda e prevista para votação em outubro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece limite para os gastos públicos enfrenta dura resistência na sociedade, por ser “um remédio forte”.
Levantamento do Palácio do Planalto mostra que o parecer do deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) será aprovado com folga na comissão especial que discute o teto de gastos: 27 votos favoráveis e seis contrários. O placar dilatado não representa tranquilidade. Para aprovar a PEC na comissão, exige-se maioria simples. Mas a batalha mais difícil será travada no plenário, onde Michel Temer precisa do apoio de 308 deputados, em votação em dois turnos.
O governo está ciente de que a população não aceitará aumento de impostos e tributos, o que pode levar sua base a se colocar contra algumas medidas. Passado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Temer testará, finalmente, a fidelidade da base aliada.
 Cara da elite - No Senado, Fátima Bezerra (PT-RN), foi surpreendida por Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Ela acusou o Governo Michel Temer de atender aos interesses da “elite”. Contrariado, Ataídes questionou o recebimento de dinheiro para campanha de empresas enroladas em corrupção. Na prestação de contas de Fátima, constam doações da JBS (R$ 1,16 milhão), da Sucocitrico Cutrale (R$ 475 mil) e da Andrade Gutierrez (R$ 425 mil). A petista nada esclareceu e atacou o senador: “Suplente e sem voto, assim como o governo ilegítimo”.
Bola murcha - O PT anunciou que o ex-presidente Lula, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público, inaugura um roteiro pelo Nordeste, onde participará de campanhas de candidatos petistas a prefeitos: de Luizianne Lins, em Fortaleza (CE), e de João Paulo, no Recife. As duas candidaturas andam capengas. Luizianne deve ficar fora do segundo turno. João Paulo está a dez pontos do prefeito Geraldo Júlio (PSB), candidato à reeleição.

Fora de cena - Confirmadas as pesquisas de intenção de voto, registradas no Tribunal Superior Eleitoral, o PT não deve eleger um único prefeito no Nordeste. Abatido com denúncias de corrupção reveladas pela Operação Lava Jato, o partido do ex-presidente Lula só lidera em duas capitais em todo o País: Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO), ambas na região Norte.
Conta paga - No Senado, repercutiu a declaração do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que qualificou como "vergonhosa" a decisão do ministro Ricardo Lewandowski de fatiar a votação do impeachment de Dilma Rousseff. A avaliação de aliados do governo é que Lewandowski prestou “seu último favor ao governo do PT”. O ministro tem base na região do ABC, em São Paulo, reduto do ex-presidente Lula, que o indicou para o Supremo. O clima esquentou nos bastidores do Judiciário. Lewandowski não gostou da declaração.
Ostracismo - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) convive com o ditado popular “Rei morto, rei posto”. Cassado na semana passada por votação acachapante (450 votos a 10), Cunha caiu no esquecimento. Ele já sente falta do período em que vivia cercado por políticos. O ostracismo virou rotina de Cunha. Em sua última aparição, ele foi hostilizado no aeroporto de Brasília.
CURTAS
Agenda cheia - O presidente Michel Temer cumpre agenda voltada à área econômica nesta terça-feira (20). Entre outros, ele tem reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e participa da abertura da 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Ex-primeira-dama - Mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dona Ruth Cardoso completaria 86 anos nessa segunda. Para desespero dos petistas, foi a ex-primeira-dama quem implantou vários programas sociais no Brasil. Lula só mudou o nome deles.
Perguntar não ofende - Michel Temer, que inventou dados sobre refugiados no Brasil, teve aula com Dilma Rousseff sobre como manipular números de interesse do governo?

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