sábado, 19 de janeiro de 2019

Donos de peixaria em Franca são suspeitos de golpes de R$ 300 mil em 4 estados

Casal e filha são investigados por estelionatos com vítimas em SP, AM, PA e PE. Distribuidora foi interditada e 7,8 toneladas de peixes descartadas por armazenamento irregular.




A Polícia Civil investiga os donos de uma peixaria em Franca (SP) por suspeita de aplicarem golpes que somam ao menos R$ 300 mil. A empresa foi interditada pela Vigilância Sanitária e 7,8 toneladas de peixes armazenados de forma inadequada foram recolhidas e descartadas.

José Norberto Sobrinho e Verônica Pessoa da Silva respondem a inquérito por crime contra a saúde pública e estelionato. Dois trabalhadores autônomos de Manaus (AM) procuraram o 2º Distrito Policial para registrar queixa contra o casal.

A filha dos comerciantes, Liliana Pessoa da Silva, de 31 anos, foi presa quando registrava um boletim de ocorrência, reclamando da apreensão dos peixes. Segundo a Polícia Civil, Liliana era alvo de um mandado de prisão expedido pela Justiça do Pernambuco por estelionato.

Ainda de acordo com a polícia, mãe e filha já haviam sido presas em outubro do ano passado, quando ainda moravam em Cristais Paulista (SP), por suspeita de aplicar golpes na compra de joias no Pará. As vítimas se queixavam de prejuízos de R$ 350 mil.


Vítimas denunciam


Funcionário da peixaria, Vitor de Arruda Ferreira disse que viajou do Amazonas para Franca com a namorada, após a promessa de trabalho feita pelos comerciantes. Entretanto, depois de 18 dias, o casal não recebeu nenhum pagamento.


Ferreira afirmou ainda que o dono da peixaria lhe deve R$ 6 mil referente a um empréstimo para pagar o transporte aéreo de uma carga de peixes entre Manaus e Franca. O funcionário também denunciou a má conservação do produto na peixaria.

“Eles não podiam fazer processamento, não tinham alvará de funcionamento, queriam falsificar o selo de outro frigorífico. Eu disse que não podia, que ele seria preso, mas ele disse que ia conversar com o proprietário de outro frigorífico, que ia dar um jeito”, contou.
Edinaldo Alves da Silva também disser ser vítima do casal. O comerciante de Manaus afirmou ter vendido pescados para os supostos golpistas por diversas vezes. Como pagamento, Silva recebeu seis cheques que somam R$ 130 mil. Apenas um deles, no valor de R$ 25 mil, foi pago.

“Eles eram bom de preço e nós começamos a vender para eles. Como estavam pegando peixe, a gente deixou para fazer o acerto de contas no final. A promessa era de que, assim que acabassem de comprar os peixes, fariam o pagamento total”, relatou.

Silva viajou de Manaus até Franca para tentar receber os valores devidos, mas não conseguiu. Ele procurou a Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência contra o Verônica e Norberto Sobrinho.


“Não me receberam e estão fugidos. Ninguém encontra ninguém. Eu ligo e não me atendem. Tentei falar com a mulher, ela quase me atropelou. Agora, está nas mãos da Justiça. A polícia vai fazer a parte dela”, disse.
Investigação

Chefe dos investigadores do 2º Distrito Policial de Franca, Ricardo Ferrarezi afirmou que a família aplicou diversos tipos de golpes em todo o país. Vítimas do Amazonas, de Pernambuco e de São Paulo estão registrando queixas, após a divulgação do caso.

“Há décadas estão agindo, praticando crimes, fazendo várias vítimas e nos chamou a atenção também o vulto dos golpes, o valor das mercadorias. Por exemplo, foram apreendidos 13 mil quilos de peixes. Então, se observa que não são valores irrisórios”, disse.

Segundo Ferrarezi, para aplicar os golpes, o casal e a filha sempre fingem ser pessoas ricas, inclusive, alugando casas e apartamentos em condomínios de alto padrão. Os três são investigados por estelionato e associação criminosa.

“A mãe e a filha são bastante persuasivas, bem exaltadas. A pessoa, com um mandado de prisão, ir até uma delegacia e falar da forma como fez, é de chamar a atenção. Já está sendo instaurado inquérito. Com certeza, a coluna dorsal dessa quadrilha vai ser quebrada”, concluiu.

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