segunda-feira, 15 de julho de 2019

Pernambucanos se dividem sobre resultado da reforma

Com a maioria da bancada do estado a favor da Nova Previdência, legisladores avaliam como positivas as mudanças no texto. Mas divergem sobre resultado final



Parlamentares pernambucanos que participaram da votação dos destaques da reforma da Previdência, na última sexta-feira, repercutiram o resultado do texto. Enquanto os deputados que defendiam as mundanças nas aposentadorias comemoram a reforma aprovada em primeiro turno na Câmara Federal, os oposicionistas criticam a matéria, mas consideram que conseguiram amenizar alguns pontos considerados importantes, tanto na Comissão Especial, quanto com a aprovação de destaques. 

Vice-presidente da colegiado que analisa o mérito da reforma, o deputado federal Sílvio Costa Filho (PRB) celebrou o resultado do primeiro turno de votação, que classificou como positivo. "Ao longo desse processo a Câmara deu uma demostração de diálogo, de discussão com as entidades, com a sociedade e tentou construir o melhor texto para que ele pudesse ser aprovado de forma coletiva. Avançamos em temas imporantes como o trabalhador rural, BPC (Benefício de Prestação Continuada), desconstitucionalização, capitalização, foram diminuídas as regras de transição e idades dos militares e hoje o destaque para reduzir a idade mínima dos professores. E o impacto fiscal disso é pequeno tendo em vista o tamanho da reforma. Um impacto de R$ 15 bi nos próximos 10 anos", ressaltou. Costa Filho também destacou o protagonismo do Congresso na aprovação. "Sem dúvida, o Congresso Nacional está tendo bela oportunidade de se reencontrar com a sociedade", complementou. 

Líder do Solidariedade na Câmara dos Deputados, o deputado Augusto Coutinho avalia que a reforma aprovada em primeiro turno está dentro das expectativas. "Eu acho que foi muito bom, tudo que foi feito e que foi aprovado foi com consentimento da equipe econômica. Até agora está saindo exatamente como a gente queria", comemora Coutinho. 

Por outro lado, o líder da PSB na Casa, Tadeu Alencar, acredita que o texto ainda "é duro com base da pirâmide social", mas que a oposição teve um papel fundamental para "evitar que a proposta tivesse a formação inicial" e para "negociar uma política de redução de danos" que foi responsável por avanços importantes. 

"A oposição teve um papel de unidade, isso foi muito importante para a gente ter uma ação coordenada. Um dos nossos principais destaques, nós aprovamos, que era a redução da idade mínima de contruibuição dos homens de 20 para 15 anos. Isso parece uma coisa simples, mas atinge um universo imenso de pessoas. Foi uma vitória importante. Tivemos evoluções importantes", garantiu o socialista. "No final, a proposta ainda é muito dura, sem dúvida nenhuma. Nós temos compreensão que ela traz impacto na vida de quem ganha pouco. Achamos que essa conta deveria ser melhor distribuída", complementou. 

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), por sua vez, considera que a reforma não combate privilégios e corrobora com a opinião de que a Oposição conseguiu melhorar o texto. Ele comemorou, ainda, a aprovação do destaque do seu partido, que garante regras mais brandas de aposentadoria para professores que já estão na ativa.

"Em linhas gerais, a gente conseguiu melhorar muito o texto. Acabamos de aprovar uma emenda do PDT, só tiveram 25 votos contrários, que reduz o tempo de aposentadoria, a idade mínima do professor, em três anos - o que era 58 anos caiu para 55 para homens e o que era 55 para mulheres caiu para 52", diz o parlamentar. "Mas em linhas gerais o texto não combateu privilégios", acrescentou. 

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