Nesta quarta-feira (9), a palestra "Trauma por ataque de tubarão" será uma das principais do 43º Congresso Brasileiro de Angiologia e de Cirurgia Vascular, que ocorre até sábado, das 7h30 às 18h, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, no Grande Recife. São esperados mais de três mil participantes durante todo o evento, que contará com 25 palestrantes internacionais e mais de 150 nacionais.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), desde 1992, foram registradas 66 ocorrências de incidentes com tubarões, incluindo os casos registrados no continente e no arquipélago de Fernando de Noronha. Deste total, houve 25 mortes. Os dois últimos casos registrados, que serão abordados na palestra, aconteceram no ano passado.
O presidente do Congresso, o cirurgião vascular Eraldo Arraes de Lavor, explica que um ataque de tubarão normalmente provoca grande perda de tecidos e musculatura óssea, além de intenso sangramento. "Como é uma lesão de extrema gravidade é muito importante o socorro adequado do paciente. Quanto mais rápido o atendimento inicial no local do acidente, assim como o transporte até um hospital, maiores são as chances de evitar ao máximo a amputação de membros da vítima ou mortalidade do paciente", disse Lavor.
Ainda segundo o médico, é bastante variável o tempo de tratamento de casos como os ocorridos na costa pernambucana. "Dependendo do local da lesão o paciente pode, infelizmente, nem ter a chance de chegar ao hospital com vida. Ele pode ter uma lesão que resulte na amputação do membro e vai precisar de um longo período de reabilitação, com profissionais de outras especialidades", disse, acrescentando que uma equipe multidisciplinar é necessária para readaptar o paciente à vida normal.
Nos últimos anos, a SDS e o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) vêm trabalhando em diversas frentes com o intuito de evitar os ataques. Em 2017, foram adquiridas cinco motos aquáticas de salvamento, que são utilizadas atualmente para prevenção, fiscalização e resgate aquático pelo Corpo de Bombeiros (CBMPE). Além disso, foi realizada pelo Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), em 2017 e 2018, ampla campanha de prevenção de incidentes aquáticos.
Entre as ações destaca-se ainda a adoção de novo modelo de placas, seguindo padronização internacional. "Assim, as atuais placas são mais informativas, com campos de avisos de perigo, recomendações de segurança e regulamentações. Foram distribuídas 110 placas ao longo do trecho de maior risco do litoral pernambucano", informou a Secretaria de Defesa Social.
Congresso
Os interessados em participar do evento podem se inscrever pelo site recifevascular2019.com.br/site, onde também é possível ver a programação completa. O investimento varia de R$ 300 a R$ 3,9 mil, dependendo da categoria, e o pagamento pode ser realizado por meio de boleto bancário ou cartão de crédito.
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