segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O ato de sorrir trabalha o corpo e fortalece emoções

Além de ser contagiante, o riso diminui estresse e ansiedade, fortalece o sistema imunológico e diminui a dor



Você já sorriu hoje? Independentemente da resposta, esqueça onde e com quem você está por um momento e experimente rir agora por alguns segundos, se possível até gargalhar. Sentiu algo diferente? Uma sensação de bem-estar? Pois é. Muitas pessoas não sabem, mas além de ser contagiante, o riso diminui estresse e ansiedade, fortalece o sistema imunológico, relaxa a tensão muscular e diminui a dor. Especialistas afirmam que sorrir trabalha o corpo como um todo e ainda fortalece as emoções. Ou seja, só traz benefícios.

Visto por alguns como um ato trivial, o riso induz nosso corpo a liberar endorfina, hormônio responsável pela sensação de bem-estar. Quem sabe bem disso é a assessora de casamentos Emmanuella Sumara, 36 anos. Ela conta que por meio do sorriso consegue amenizar problemas, dores. "Trabalho com sonhos e estar sorrindo é importante para que os clientes se sintam acolhidos. Um sorriso verdadeiro muda a vida e o humor de uma pessoa. Aonde vou, gosto de provocar o riso nas pessoas", disse.

Assim como Emmanuella existem outras pessoas que têm o riso como um sério instrumento de trabalho. Os Doutores da Alegria são bons exemplos. Atuando há 28 anos no Brasil e 16 em Pernambuco, o grupo introduziu a arte do palhaço no universo da saúde. Os artistas experimentam o espaço do hospital como palco, entendendo que a arte pode ser aliada na promoção da saúde dentro do ambiente hospitalar. O riso é um medicamento super acessível e orgânico.

O coordenador artístico dos Doutores da Alegria em Pernambuco, Arilson Lopes, destaca que o sorriso é um meio de comunicação imediato. "Todos estão abertos ao riso. Por meio dele tudo é dito, todas as permissões são possíveis. Ninguém sabe ao certo onde nasce o riso, mas uma coisa é certa desde muito cedo já temos disponibilidade para o riso." Segundo Lopes, o importante é rir com o outro. "Temos muito cuidado de não rir do outro. O caminho do riso é o da identificação, do entendimento, da subversão, transgressão."



Pesquisas apontam que uma criança de quatro anos ri até 500 vezes por dia, enquanto um adulto ri no máximo 15 vezes e um ancião ri menos ainda. Como qualquer outro comportamento emocional, o riso tem uma função: comunicação. Engana-se quem pensa que temos o monopólio do sorriso. Estudiosos verificaram que antropoides (chimpanzés, gorilas e orangotango) abrem suas bocas, mostram os dentes, retraem os cantos da boca e emitem vocalizações altas e repetitivas, não como o riso dos humanos, mas sons mais parecidos com guinchos ou granidos.

A psicóloga Hellen Leite conta que as pessoas têm dentro dos corpos vários hormônios que compõem a farmácia biológica. "A prática do riso, da gargalhada livre, solta, espontânea é indicada para qualquer tipo de pessoa. O riso pode nos beneficiar profissionalmente, socialmente. Quando a gente está dando risada nosso organismo libera endorfina e serotonina, que são dois hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar e tranquilidade", disse.

Segundo a profissional, algumas abordagens da psicologia já utilizam o riso como ferramenta. "A psicologia positiva está estudando há mais ou menos 20 anos como o riso pode tornar a pessoa mais resiliente diante dos desafios. O riso é importante para a gente desenvolver habilidades socioemocionais", comentou. Hellen Leite afirma que ao sorrir de uma piada a risada dura entre três e cinco segundos. "Cientificamente, os neurocientistas dizem que a gente precisa sorrir por pelo menos dez minutos, o que garantiria um bom funcionamento do nosso organismo", ressaltou.


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