sexta-feira, 5 de junho de 2020

Miguel Otávio, de cinco anos, era filho de empregada doméstica; patroa dela foi presa e liberada



A empregada doméstica Mirtes Renata Santana da Silva, mãe de Miguel Otávio Santana Silva, de cinco anos, que morreu após cair de um prédio no Recife, acredita que "faltou um pouco de paciência" da patroa - autuada por homicídio culposo - para tirar o menino do elevador.
Miguel morreu na última terça-feira (2) após cair do 9º andar do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau (Torres Gêmeas), no bairro São José, na área central do Recife.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, o menino entrou no elevador do prédio e foi sozinho até o 9º andar, onde escalou uma grade e caiu de uma altura de 35 metros. A patroa da mãe de Miguel, que não teve o nome divulgado pela polícia, viu quando a criança entrou no elevador e não a impediu de andar sozinha.
Em entrevista à TV Jornal, Mirtes contou que só viu o vídeo dos últimos momentos da vida de Miguel após o sepultamento do filho. "O sentimento que prevalece em mim é o de dor, de dor pela perda do meu filho e só. Não sinto raiva, ódio, depois que eu vi os vídeos, não. Só sinto uma dor muito forte no peito. Meu coração está sangrando pela perda do amor da minha vida", lamentou.

Agora, Mirtes espera Justiça para Miguel: "Miguel era uma criança extremamente feliz, ele como criança tinha tudo. Eu dava educação, saúde, vestuário, o que fosse necessário, eu dava. Eu deixava faltar para mim, mas para ele eu não deixava faltar nada. Tinha planos para o futuro dele, infelizmente os planos do futuro do meu filho foram interrompidos".

Presa e liberada
A suspeita foi autuada em flagrante pelo crime de homicídio culposo. Ela pagou uma fiança de R$ 20 mil e foi liberada. A polícia informou que não irá divulgar o nome da mulher em cumprimento da Lei de Abuso de Autoridade nº 13.869/2019, que, entre outros pontos, proíbe a divulgação de imagens e nomes por parte dos policiais e servidores públicos membros dos Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário e do Ministério Público. A pena é de até quatro anos de prisão, caso a autoridade descumpra a legislação.

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