sábado, 5 de fevereiro de 2022

EDITORIAL: a falsa democracia e a bajulação no funcionalismo público


No Brasil, sempre nos foi pregado que os políticos eram nossos empregados, pois pagamos o salário deles com nossos impostos. E isso é verdade. Mas uma verdade que só existe na teoria, tendo em vista que na prática a história é completamente o oposto. As facetas dos personagens que ocupam cargos eletivos são várias neste país, e algumas vezes, até se assemelham a tiranos.

Para aqueles que não sabem o que significa um governo tirano, é fácil de responder: lembra de algum político que bateu em eleitor, humilhou publicamente algum cidadão ou até adversário, e até já ligou pessoalmente para ameaçar alguém? Pois bem, essas são características de alguém que usurpa o poder público ao seu bel prazer e trata as pessoas como mera massa de manobra para se perpetuar no comando de uma cidade, estado ou até país.

E por incrível que pareça, esse tipo de político tem muitos aliados e defensores, às vezes se assemelhando até caso de síndrome de Estocolmo, quem sabe. Dentre a classe dos defensores que seguem cegamente o seu “rei”, há aqueles que o fazem com o único e exclusivo objetivo de bajular, seja lá o que o político de estimação fez ou deixou de fazer.

Esses defensores cegos e bajuladores muitas vezes são agraciados com os famosos cargos comissionados nas repartições públicas das cidades, estados ou união. Não importa o nível da estratificação pública, sempre vai ter alguém desse feitio lá.

Esse tipo de “funcionário público”, se é que podemos assim dizer, são contratados para diversas áreas do poder público. Um professor, talvez. Ou até advogado, há casos. Porém, cumprem outro papel: o de porta-voz. Não da sua cidade, estado ou país; não do órgão do governo em si; mas sim, do seu político de estimação. Poderia ser até uma troca de favores, talvez? “Me defenda cegamente em praça pública que em troca te dou umas migalhas aqui, e assim seguimos”. Nunca saberemos.

E engana-se quem acha que é um trabalho árduo achar alguém assim, mas as redes sociais mostram que não. Basta olhar qualquer publicação que faça uma mínima crítica - construtiva, diga-se - a administração ou forma de trabalhar de político A ou B, que a meia dúzia do exército de combatentes desse “rei” aparecem com frases prontas como: “e no passado que já foi pior?”, “e por que não falam do que ele já fez?”, “isso é papo de oposição frustrada”. Ou seja, a democracia que tanto é pregada - por esses personagens, principalmente - é apenas da boca para fora.

Não se pode criticar o governo ou trabalho desse político, não se pode cobrar melhorias, em suma: não se pode fazer o papel de cidadão. Eles inibem sua cobrança por melhoria, ofuscam sua preocupação pelos equipamentos públicos, e as vezes são tão hostis, com deboche e atitudes que se assemelham a de crianças mimadas, que fazem o cidadão sentir receio e pensar duas vezes antes de cobrar desse político novamente. Para os bajuladores, vale tudo para ficar bem na “fita” com o seu tão amado “rei”.

De uma forma mais sucinta: eles aceitam sua opinião, aceitam suas palavras e ouvem o que você tem a dizer, mas só se convier e for o que eles querem ouvir. E esse narcisismo todo faz até com que meios de comunicação e comunicadores sejam amigavelmente pagos de forma recorrente para falar bem desses personagens da vida pública. Se sentem intocáveis, gigantes, mas esquecem que têm os “pés de barro”.

Basta olhar todos os órgãos públicos desde o nível municipal ao federal, em todos se encontrarão bajuladores ou políticos narcisistas ou até tiranos. Isso está enraizado na cultura e política brasileira, que parece não ter se desprendido dos costumes dos “votos de cabresto” e “coronelismo” do passado.

E ao final, isso não parece ter melhora, pois, como dito diversas vezes anteriormente, já se tornou parte das repartições públicas envolvendo cargos eletivos. No futuro, poderão sair do poder um político e seus bajuladores, mas outro - seja de lado A ou B - com certeza já estará a postos com os seus próprios aduladores, com trabalho à altura ou até superior aos anteriores.

Não há margem de melhora. Infelizmente para os cidadãos preocupados com o futuro e felizmente para os “bajuladores” e “tiranos”.

Da redação do Blog Vertentes Notícias
Com informações e Texto de Elpidio Neto

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