segunda-feira, 14 de março de 2022

Recife anuncia maior achado arqueológico urbano do país


O Bairro do Recife, um dos sítios históricos mais antigos da capital, foi reconhecido como um local de maior achado arqueológico urbano do Brasil, a partir de análises da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os estudos revisitam as primeiras ocupações do povoamento da urbe, ainda no século XVI. A Prefeitura do Recife já estuda transformar o local em um parque arqueológico, para que a população e turistas possam conhecer, também, um pouco do passado da cidade.
"A gente está aqui na comunidade do Pilar, numa ação da Prefeitura. Aqui está prevista a construção de alguns habitacionais. No momento em que a gente estava fazendo as escavações, a gente encontrou alguns achados arqueológicos. Com isso, a Universidade Federal Rural de Pernambuco foi chamada para participar do projeto, foram feitas várias escavações e aqui foi encontrado talvez um dos maiores achados arqueológicos em áreas urbanas do Brasil. São mais de 100 ossadas, também foram encontrados um antigo cemitério e um antigo forte que remetem ao século XVII, construção de, aproximadamente, ano 1630. Certamente foi um espaço construído pelos portugueses para fazer a resistência contra os holandeses”. “Devido a esse achado, a gente está agora formando um grupo de estudos na Prefeitura, com Instituto Pelópidas Silveira, a URB e a secretaria de Infraestrutura para poder definir quais serão os próximos passos. A gente está diante de um grande achado arqueológico e lógico que a gente vai preservar esse material, preservar essa área e construir novas alternativas para as habitações aqui planejadas", detalhou João Campos.

O trabalho de pesquisa e mapeamento foi realizado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, por meio da Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento, entre os anos 2014 até 2020, e contabilizou cerca de 40 mil fragmentos entre cerâmicas, peças de jogos, tijolo holandês, garrafas de bebidas, perfume, remédio, moedas, bala de canhão, escova de dente e ossadas. Durante a investigação, os pesquisadores também descobriram alguns vestígios do Forte de São Jorge sob a Igreja do Pilar e, ainda na fase de pesquisa, foram constatadas algumas obras do século XVI, como a ocupação de casas e armazéns.

O local também abriga vestígios de um cemitério. Para os estudiosos que estão à frente do trabalho esse pode ser o maior cemitério arqueológico já encontrado no Brasil. A área conta com uma estrutura que dispõe de enterramentos articulados, no qual é possível recontar a história a partir dos seus achados. Mais de 100 ossadas humanas já foram encontradas nessa área e estão em estudos na UFRPE. Há indícios de que pessoas mortas na guerra e vítimas de doenças, como a cólera e gripe espanhola, que matou mais de quatro mil recifenses, entre os séculos de XVI ao XX, possam ter sido colocadas no cemitério.

Da redação do Blog Vertentes Notícias
Com informações do Diário de Pernambuco

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