terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dólar fecha em alta após se aproximar de R$ 2,70

Da Folhapress
Incertezas em relação ao futuro das atuações do Banco Central do Brasil no câmbio também pressionavam a cotação da moeda / Foto: Reprodução
Incertezas em relação ao futuro das atuações do Banco Central do Brasil no câmbio também pressionavam a cotação da moedaFoto: Reprodução

O dólar voltou a atingir sua maior cotação em quase dez anos nesta segunda-feira (15), em um movimento de valorização sobre as principais moedas globais, diante da queda nos preços das commodities e expectativa pela reunião do Fed (banco central americano) nesta semana. Segundo operadores, incertezas em relação ao futuro das atuações do Banco Central do Brasil no câmbio também pressionavam a cotação da moeda na tarde desta segunda (15). O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,97% sobre o real, às 16h25 (de Brasília), para R$ 2,687 na venda.

Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 1,35%, também para R$ 2,687. Ambas as cotações estão em seu maior nível desde março de 2005. Mais cedo, o dólar chegou a bater R$ 2,701 na máxima no dia. Diante de indicadores econômicos melhores que o esperado, o mercado teme que o BC dos EUA possa começar a elevar os juros naquele país em breve, antes da previsão anterior, que era em meados de 2015. A taxa de juros americana está em seu menor patamar (entre zero e 0,25% ao ano) desde 2008 a fim de estimular a economia daquele país após a crise. O Fed tem reunião nesta terça (16) e quarta-feira (17).

Um aumento nos juros dos EUA deixaria os títulos do Tesouro americano, que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco, mais atraentes que aplicações em países emergentes, como o Brasil. O receio é que o aperto monetário por lá cause uma fuga de recursos dos emergentes de volta para a economia americana. Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, apenas quatro tinham alta sobre o dólar, às 16h25: o won sul-coreano (+0,47%), o novo leu romeno (+0,08%), o novo soles peruano (+0,03%) e o peso argentino (+0,01%). No sentido oposto, o rublo russo era o que mais se desvalorizava em relação à moeda americana, com queda de 9,58% no mesmo horário.

Com expectativa de mudança na política monetária americana em breve, operadores se questionam se o BC brasileiro também adotará novas medidas de atuação no câmbio para evitar uma disparada do dólar quando os juros americanos de fato subirem. Nesta segunda (15), o Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no mercado, por meio do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 196,8 milhões.

A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10 mil contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 489,6 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 55% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, que equivale a US$ 9,827 bilhões. Houve reforço ainda de um leilão de linha de crédito de US$ 1 bilhão para injetar recursos novos no mercado. É uma operação em que o BC vende a moeda estrangeira, mas com a obrigação, por parte de quem toma o empréstimo, de devolver o dinheiro após um determinado período. Os empréstimos atendem a uma demanda de fim de ano por dólares, principalmente de exportadores.

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