Carlos Chagas
Tem gente achando que amanhã acontecerá a última volta do ponteiro. Se em todo o território nacional milhões forem às ruas para manifestar seu repúdio a Dilma, ao governo, ao PT e aos políticos, como imaginar os próximos quatro anos? A rejeição se transformará em ebulição. O país ficará ingovernável, com a presidente confinada em seus palácios, os ministros impossibilitados de administrar os setores a eles destinados e o Congresso legislando para o vazio. A população terá passado o atestado de óbito nas instituições, tornando-se fatal a necessidade de profunda reforma de homens e de objetivos.
Claro, essa é uma visão catastrófica. Pode não ser nada disso, caso o governo e o Congresso se conscientizem da necessidade de anunciar e de promover mudanças fundamentais, antes que as ruas o façam. O diabo é que a presidente Dilma, os deputados e os senadores, ao menos até agora, julgam-se estar cumprindo suas obrigações. Ignoram a distância que separa o Brasil real do Brasil formal. Não se trata, apenas, de acabar com a corrupção e a impunidade, mas de alterar as estruturas econômicas, sociais e políticas que sustentam a nação. Essa era a proposta do PT, quando fundado. Deixou de ser.
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