sábado, 18 de abril de 2015

Mancha escura no Rio São Francisco foi causada por concentração de microalgas

A reprodução de uma grande quantidade de microalgas foi a causa da mancha escura no Rio São Francisco. A explicação é do Instituto do Meio Ambiente (Ima) de Alagoas apresentada nesta sexta-feira (17). O fato teve grande repercussão na mídia na última semana e só hoje ganhou uma explicação técnica.
De acordo com Manuel Messias, diretor de Laboratório do IMA, há pesquisas científicas que evidenciam que as microalgas fitoplanctônicas dinoflageladas ceratium geralmente são encontradas em cistos de sedimentos de fundos de barragens. Elas possuem coloração marrom escura, gosto amargo, cheiro de peixe ou séptico, alta tolerância ao sal e se movimenta em rotação.
Segundo o Ima, o esvaziamento de um reservatório da Usina de Paulo Afonso, feita pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), seria a causa do problema. Durante a operação, cerca de 80% de 26 milhões de metros cúbicos da água armazenada no reservatório foram liberados com o esvaziamento, liberando também grande quantidade de sedimentos que estavam parados.
Apesar dos microorganismos são serem nocivos à população, a ingestão dessa água só pode ser feita após tratamento. Após ter o abastecimento de água interrompido, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) voltou a atender a população daquela região. Entretanto, Jorge Briseno, assessor técnico da vice-presidência de gestão operacional, disse que o órgão deverá cobrar um ressarcimento no valor de R$ 500 mil, referente às perdas que tiveram durante os oito dias de suspensão no abastecimento. Eles pedem ainda que a vazão do rio seja mantida em 1300m³/s para diluir a mancha.
O diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes disse que a Chesf será penalizada, mas os procedimento serão definidos apenas após conclusão do relatório, com todos os dados das coletas, análises e fiscalizações.

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