Bastaram dez minutos do segundo tempo para o Náutico resolver o último clássico pernambucano de 2015. Nessas duas jogadas, o meia Hiltinho marcou os gols que decretaram o triunfo alvirrubro por 3×1 sobre o Santa Cruz na tarde deste sábado (17), no Arruda, pela 31ª rodada da Série B. O resultado tirou o Santa do G4 – caiu para a sexta posição – e deixou os alvirrubros bem perto do grupo dos classificáveis, com 49 em quinto lugar.
Pressão foi a palvra de ordem do Santa Cruz no início do jogo. Danny Morais e Alemão jogavam mais perto do círculo central do que da área de Tiago Cardoso. Esse posicionamento fazia quase todo time tricolor dificultar a saída dos alvirrubros. E quando alguém lá da frente perdia a posse de bola havia sempre alguém de vermelho, preto e branco por perto para dar combate.
De seu lado, o Náutico entrou com três volantes com a clara aposta no contra-ataque. Só que não havia uma estratégia coletiva para isso. Era tomar a bola e procurar Hiltinho na ponta direita. A opção do Santa não levou mais perigo pela grande quantidade de passes errados quando os tricolores chegavam perto da área.
Mas o gol só saiu num lance polêmico. Aos 29, Allan Vieira chegou ao lado da área e tentou o cruzamento. Ronaldo Alves se esticou para fazer o bloqueio e, depois de bater em sua perna, a bola subiu e tocou no braço direito. Normalmente um lance em que os árbitros mandariam o jogo seguir, mas que no Brasil passou a ser pênalti. E foi isso que Vuaden fez. Bruno Moraes foi para a cobrança e mandou no canto direito.
O gol não deu o choque que o Náutico precisava para reagir. Os corais continuaram mais presentes no campo ofensivo para. João Paulo obrigou Júlio César a mandar uma para escanteio e Bruno Moraes acertou a rede, só que pelo lado de fora.
Numa rara jogada bem coordenada pelo lado esquerdo, Gastón Filgueira, até então mais preocupado com Luisinho do que em servir seus companheiros de ataque, foi à linha de fundo e fez aquele cruzamento que derruba qualquer defesa. Bergson vinha de frente para a bola, enquanto os zagueiros tricolores olhavam para a bola. O camisa 10 bateu de chapa, no canto de Tiago Cardoso. Eram 38 minutos. Apesar do empate, a primeira etapa teve mais volume de jogo do Santa, usando bem o avanço de Renatinho pelo meio e o apoio dos laterais, principalmente Vítor.
Começou o segundo tempo gol do Náutico. A frase ficou colada sem a vírgula para dar ideia do torcedor como foi rápida a virada. Hiltinho arrancou pela meia direita, deu um corte seco em Alemão e chutou relativamente fraco. Tiago Cardoso tocou na bola mas não suficiente para evitar que ela entrasse. Depois de 46 minutos a estratégia finalmente dava certo.
Nove minutos. Atrás no placar, Marcelo Martelotte vai arriscar e chama Raniel. A torcida do Santa grita como se fosse um gol. O prata da casa entra no lugar de Renatinho e na primeira vez que pega na bola tenta driblar Filippe Soutto e é desarmado. Soutto repete a mesma dose: encontrar Hiltinho do outro lado. E encontra. É quase um replay do outro gol com a diferença que agora o camisa 11 alvirrubro deixa Danny Morais no chão antes de mandar no canto direito de Tiago Cardoso.
Em dez minutos você não só vira o jogo como põe dois gols de vantagem. Vai fazer o quê? Isso mesmo, todo mundo atrás da linha da bola. O Náutico ficou lá quietinho só esperando alguma brecha. O Santa tentava pela direita, pela esquerda. Lelê procurava espaço por todo lugar e até achava, mas não acertava era na hora de passar.
Some-se a isso uma multidão zumbindo em seus ouvidos. Cada erro, fosse de quem fosse, uma chuva de vaias caía das arquibancadas onde haviam tricolores. A dupla Danny Morais e Alemão não tinha mais o direito de tocar na bola. De futebol a ser destacado houve muito pouco, pois o Náutico encolheu-se ainda mais com a entrada de Marino aos 30 minutos. Eram nada menos que quatro volantes. Um pouco antes Anderson Aquino mandara uma bomba no travessão. No rebote, Daniel Morais não conseguiu dominar e desperdiçou a única chance clara dos tricolores depois a virada timbu.
GOL E BRIGA
Após os dois primeiros gols torcedores do Náutico entraram em confronto com a Polícia Militar. Segundo a PM eram integrantes de uma torcida organizada, que, diga-se de passagem, está proibida de entrar nos estádios desde março do ano passado
Após os dois primeiros gols torcedores do Náutico entraram em confronto com a Polícia Militar. Segundo a PM eram integrantes de uma torcida organizada, que, diga-se de passagem, está proibida de entrar nos estádios desde março do ano passado
Ficha do jogo:
Santa Cruz: Tiago Cardoso; Vítor, Danny Morais, Alemão e Allan Vieira (Marlon); Wellington Cézar, Renatinho (Raniel) e João Paulo; Luisinho (Anderson Aquino), Bruno Moraes e Lelê. Técnico: Marcelo Martelotte.
Náutico: Júlio César; Niel, Ronaldo Alves, Fabiano Eller e Gastón Filgueira; João Ananias, Jackson Caucaia, Filippe Soutto e Hiltinho (Jefferson Nem); Bergson e Daniel Moraes (Marino). Técnico: Gilmar Dal Pozzo.
Local: Arruda. Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS). Assistentes: Marcelo Bertanha Barison e Carlos Henrique Selbach (ambos do RS). Gols: Bruno Moraes, aos 29; e Bergson, aos 38 do primeiro tempo. Hiltinho, aos 50 segundos e dez minutos do segundo. Cartões amarelos: João Paulo, Bergson, Jefferson Nem e João Ananias.
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