sábado, 14 de novembro de 2015

Massacre em Paris: tiros e explosões deixam mais de 120 mortos

Este é considerado o maior ataque terrorista desde 2008, considerando a quantidade de mortos / Foto: AFP
Este é considerado o maior ataque terrorista desde 2008, considerando a quantidade de mortosFoto: AFP
Vários atentados simultâneos, possivelmente coordenados, deixaram oficialmente mais de 120 mortos e vários feridos na capital francesa, na noite desta sexta-feira (13), cerca de dez meses após o trágico ataque à redação do jornal "Charlie Hebdo". O Promotor de Justiça de Paris, François Molins, afirmou que o número de mortes nos ataques em Paris em seis locais diferentes -  incluindo o estádio Stade de France, onde ocorria uma partida-amistoso entre França e Alemanha, dois bares e uma casa de shows, pode passar de 120. Algumas agências internacionais já divulgam mais de 150 vítimas fatais. A autoria ainda é desconhecida, embora jihadistas tenham celebrado os ataques. De certeza mesmo o que todo o mundo sabe e lamenta é que foi um massacre - o maior ataque terrorista desde 2008, considerando a quantidade de mortos.

Em um discurso perto do Bataclan Concert Hall, o teatro no qual cerca de 100 pessoas foram mortas após serem tomadas como reféns, o Promotor de Justiça de Paris, François Molins declarou que cinco terroristas provavelmente foram mortos. O Chefe da Polícia de Paris afirmou que ainda não há certeza, mas acredita que todos os terroristas foram mortos. A produtora recifense Janayna Gluzman, agente internacional de Maestro Spok, estava na casa de shows, localizada perto da redação do "Charlie Hebdo", quando foi invadida por terroristas. Ela enviou uma mensagem por WhatsApp para amigos em Pernambuco após conseguir sair do local, que estava lotado. Outros pernambucanos também tentaram contactar familiares e relatam momentos de apreensão e terror em Paris.

O presidente François Hollande decretou na madrugada deste sábado (14) o estado de emergência em "todo território" da França e fechou as fronteiras do país. Autoridades pediram que os cidadãos de Paris permaneçam em suas casas até segunda ordem. Zonas de segurança foram instaladas e várias equipes de socorro mobilizadas. A presidente Dilma e outros líderes mundiais condenaram os ataques. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que os EUA estão preparados para dar toda a assistência necessária à Franca.

Os ataques foram realizados semanas antes da 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-21), que começa no final de novembro na capital francesa e contará com a presença de chefes de Estado do mundo todo. 

NÚMEROS - Há uma grande disparidade no número de vítimas divulgadas pelas agências. A BBC afirma que foram 100 mortos no teatro Bataclan e mais 40 vítimas em outros locais. Já a CNN afirma que, de acordo com autoridades do governo, o número de mortes chega a 153.

Molins afirmou que 18 pessoas foram mortas na Boulevard Charonne; três no Stade de France e uma na Boulevard Voltaire. Além disso, mais cinco foram mortas na Rua de la Fontaine Roy e 14 na Rua Alibert, com muitas pessoas feridas nesse local.
O Chefe da Polícia de Paris disse que os "atiradores andavam pelas ruas atirando em todos os bares". No vídeo abaixo, feito durante o amistoso, é possível ouvir uma das explosões. A polícia confirmou que no local aconteceram dois ataques suicidas e uma bomba. A agência de notícias AFP afirma que uma das explosões foi feita por um homem-bomba. 

REDE SOCIAL - O pânico tomou conta das ruas de Paris após os ataques. Pessoas que moram perto dos locais onde ocorreram disparos ofereceram abrigo a quem estava nos arredores por meio da hashtag #PorteOuverte (portas abertas) nas redes sociais. 

O Facebook ativou nesta sexta-feira (13), após os ataques em Paris, uma ferramenta que permite aos usuários informar amigos, seguidores e familiares de que está tudo bem. A ferramenta propõe aos usuários que eventualmente se encontrem nas zonas afetadas, que digam que estão bem e enviem mensagens a seus contatos na rede. E envia também informações a seus usuários sobre o número de amigos em Paris que avisaram que estão bem.

Veja, no mapa abaixo, alguns dos pontos da capital francesa em que foram registrados ataques:

CHARLIE HEBDO - Há 10 meses, a França sofreu com o ataque terrorista ao jornal Charlie Hebdo, que fica próximo ao local dos ataques desta sexta. No episódio do dia 7 de Janeiro, dois terroristas abriram fogo contra o jornal satírico, matando 12 pessoas.

O ataque foi premeditado pelos irmãos Said e Chérif Kouachi, como forma de protesto a publicações polêmicas sobre mundo islâmico pelo jornal. Os terroristas estavam fortemente armados com fuzis e vestidos de preto invadiram a sede do semanário. Os irmãos atiraram em parte da equipe do Charlie Hebdo e dois agentes da polícia nacional francesa, todos morreram no local.

No dia seguinte, outro ataque em um supermercado judaico organizado por Amedy Coulibali, matou quatro pessoas e terminou após a invasão da policia francesa ao local. Coulibali já havia matado um policial em Montrouge um dia antes da invasão ao mercado. O terrorista do mercado kosher assumiu a responsabilidade pelos ataques e afirmou ser membro do Estado Islâmico.

O presidente François Hollande decretou luto nacional. No dia 11 de janeiro cerca de três milhões de pessoas em toda a França e líderes mundiais, fizeram uma grande manifestação para homenagear as 17 vítimas, nos dois atentados. A frase "Je suis Charlie" (em francês, "Eu sou Charlie") foi um sinal comum no mundo de solidariedade as pessoas que morreram e à liberdade de imprensa.

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