Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, o encontro sinalizou a disposição do governo brasileiro em estreitar laços com a CIA no combate aos crimes transnacionais
O presidente Jair Bolsonaro foi na manhã dessa segunda (18) à Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), para uma visita de cortesia. Ele foi recebido pela diretora da agência, Gina Haspel.
A nomeação de Haspel para o cargo pelo presidente Donald Trump causou protestos, porque ela era responsável por prisões secretas da agência onde os interrogadores usavam sistematicamente a tortura como forma de extrair confissões de acusados de terrorismo. Os agentes da CIA usavam técnicas como simulação de afogamento, injeção retal, privação de sono e outros.
Em audiência no Congresso, ela se recusou a admitir que tais métodos configuravam tortura e afirmou que foram importantes para se reunir informações de membros da facção terrorista Al Qaeda.
Na ocasião, Trump defendeu a indicação, dizendo em rede social: "Minha indicada a diretora da CIA altamente respeitada, Gina Haspel, passou a ser atacada porque foi dura demais com terroristas... Vença, Gina!".
Segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, o encontro sinalizou a disposição do governo brasileiro em estreitar laços com a CIA no combate aos crimes transnacionais.
“Foi uma visita de cortesia para, a partir daí, estabelecer esse foco de cooperação na área do crime organizado, dos crimes transnacionais e, eventualmente, os acordos na área de inteligência”, disse o porta-voz.
A visita não entrou na agenda oficial e a imprensa não foi avisada. Rêgo Barros afirmou que a visita foi decidida pelo presidente no avião, rumo a Washington, capital do país.
Venezuela
Rêgo Barros conversou com jornalistas após o pronunciamento de Bolsonaro na Câmara de Comércio dos EUA. Durante discurso, Bolsonaro falou em “libertar o povo da Venezuela” e em “resolver a questão da nossa Venezuela” com a ajuda dos Estados Unidos. O porta-voz afastou possibilidade de apoio a uma intervenção na Venezuela.
“O Brasil entende que a situação da Venezuela deva ser resolvida com base na nossa diplomacia, que é tão antiga e referência no mundo inteiro. Não trabalhamos com intervenção, até porque afronta a nossa Carta Magna”, afirmou o porta-voz.
A agenda de Bolsonaro nos Estados Unidos continua amanhã (19). Ele terá um encontro bilateral com o presidente Donald Trump. Bolsonaro também visitará o túmulo do soldado desconhecido, no Cemitério Nacional de Arlington, e se encontrará com líderes religiosos no final do dia. Fontes: Agência Brasil e Folhapress
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