Num jogo indigente tecnicamente, o Náutico conseguiu aproveitar um erro do adversário para largar com uma ótima vantagem na Copa do Brasil ao vencer o Brasília, no Serejão, na noite desta quinta-feira (2), por 1×0. E o gol da vitória foi simbólico para marcar a recuperação plena de um jogador há tanto ausente: Pedro Carmona acertou um chute de fora da área um ano depois de sofrer uma lesão no joelho. No jogo da volta, previsto para o próximo dia 15, o timbu joga por qualquer empate para enfrentar o vencedor do confronto Paraná Clube x Jacuipense-BA. Se o Brasília devolver o 1×0 a decisão vai para os pênaltis. Vitória candanga por um gol de diferença a partir de 2×1 (3×2, 4×3…) dá Brasília.
Com um gramado cheio de morrinhos – zagueiros, laterais e volantes, menos artilheiros – a indigência dos dois times cristalizou-se ainda mais. Jogadas de aproximação com início meio e fim apenas uma de cada lado. De resto viu-se chutões para o campo contrário, cruzamentos que atravessavam toda a grande área e incapacidade para acertar passes no sentido vertical.
O Náutico só fez algo de útil num cruzamento de David. Pedro Carmona fechou para finalizar mas chutou o vento. David pegou o que restou e mandou para fora, aos 19 minutos. Apenas um minuto depois, Índio estava com pleno domínio da bola mas resolveu chutar para cima. A bola voltou para o mesmo lugar de onde saiu e ele tentou afastar de cabeça. E lá voltava ela para o ponto inicial, mas desta vez Bruno Alves aproveitou a lambança para chutar cruzado, raspando a trave direita.
O Brasília, que tocava muito bem de lado, jamais para a frente, teve dez segundos de inspiração pelos pés de Héverton, aquele mesmo que provocou o rebaixamento da Portuguesa da Série A para a Série B em 2013. Ele recebeu do goleiro e conseguiu o milagre de tocar para alguém que estava à sua frente e não ao lado. O escolhido foi Moraes, que percebeu a saída de Júlio César e tentou por cobertura. A bola passou com perigo, perto do travessão.
Na volta para o segundo tempo um time decidiu ao menos tentar alguma coisa. E foi o Náutico. Como recompensa pela boa vontade, os pernambucanos ganharam um presentão logo aos seis minutos. A defesa brasiliense saiu jogando errado na frente de Pedro Carmona, que não perdoou e mandou uma bomba no canto esquerdo de Arthur. Um ano depois, o 10 do Náutico carimbava suas boas-vindas.
O problema é que depois do gol, tão cedo, o timbu reduziu o jogo ao que ele foi durante todo primeiro tempo: passe errado, chutão, etc. Uma jogada digna de qualquer programa humorístico deu o tom do que estava acontecendo aos 19 minutos. Niel tentou cortar um cruzamento e ‘furou’. Helder Ribeiro tentou consertar e mandou a bola em cima de Niel. Ela sobraria para Moraes entrar cara a cara com Júlio César, se o goleiro alvirrubro não tivesse saído do gol. Moraes trombou nele e pediu pênalti que não houve.
O Brasília até que tentou ir para cima, mas o fez sem velocidade e o principal, sem técnica. O atacante Fernandinho tentou incendiar o jogo, mas sempre tentando as jogadas individuais. De resto, o time candango explorava o lado direito de seu ataque mas só tentando a bola alta. O Náutico tinha a possibilidade do contra-ataque, mas assim como seu adversário faltava qualidade para fazer uma transição rápida. Mas ao menos teve o mérito de aproveitar o erro do rival. Nos acréscimos Júlio César brilhou ao fazer uma grande defesa num chute de Santos.
Ficha do jogo
Brasília: Arthur; Paulo Ricardo, Índio, André e Makeka; Pedro Ayub (Anjinho), Héverton, William e Werick (Fernandinho); Giba e Bruno Moraes (Santos). Técnico: Luiz Carlos Souza.
Náutico: Júlio César; David, Niel, Hélder, Gastón Filguera e Piauí (Renato); João Ananias, Guilherme (Anderson Preto) e Fillipe Soutto; Bruno Alves e Pedro Carmona (Stéfano Yuri). Técnico: Lisca.
Local: Estádio Serejão (Taguatinga-DF). Árbitro: Eduardo Tomaz Valadao (GO). Assistentes: Bruno Raphael Pires e Edson Antonio de Sousa (ambos de Goiás). Gols: Pedro Carmona, aos seis do segundo tempo. Cartões amarelos: Bruno Alves, Guilherme, André, Weric e Paulo Ricardo.
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